Antes, uma explicação: a não renúncia do governador Wanderlei Barbosa em abril do próximo ano implica na inelegibilidade de seus parentes.
Os mais vistosos são o irmão, vereador Marilon Barbosa (Republicanos) – que trabalha por mandato no Legislativo - e a primeira dama, Karynne Sotero.
Tem ainda a irmã, Berenice Barbosa, secretária da Mulher. O filho, Leo Barbosa, por já ser deputado, não entra nas inelegibilidades.
O governador tem repetidas vezes demonstrado seu não interesse na disputa. Supõe-se irá vestir um pijamão e ficar contemplando o vão do Taquarussu com sua casca de bala.
Impensável para aquele que conhece Wanderlei que exerce mandato público desde os 25 anos (tem hoje 61).
Ou seja, 36 anos na política. Fora da política não fez outra coisa que não jogar futebol. Até hoje é boleiro.
E que tem andado pelo Estado de forma quase alucinante. Nas áreas urbanas e rurais.
Seguido da primeira dama com trabalho social também reconhecido. Tudo muito acelerado, como lá no governo Carlos Gaguim.
Na administração, raramente no Estado um governo alcançou a aprovação popular de Wanderlei e um desempenho fiscal semelhante sem tomar medidas impopulares.
Há, é verdade, uma gama de equívocos. Mas que são pontuais e terminam encobertos pelo “todo” positivo. A não ser que se tome a não causa como causa, não é um enfrentamento fácil.
Mas o governo tem como adversário (além do grupo de Dorinha/Vicentinho/Eduardo Siqueira) justamente a estratégia de Wanderlei de estabelecer contrariedade aos fatos, na negativa da renúncia.
Levando à chapa quente o senador Eduardo Gomes, o deputado Amélio Cayres (na majoritária) e os demais candidatos na chapa proporcional.
Isto porque, numa decisão de Wanderlei de aceitar os fatos, renunciando para disputar o Senado, muitos terão que se reposicionar nas eleições.
Quando até o frontispício do Palácio Araguaia já projeta sua sombra em Brasília.
Em política, como na física, não há vácuo.