Crédito: Observatório Social de Palmas/Reprodução

Enquanto um grupo de candidatos a prefeito da Capital discute o sexo dos anjos para aproximar-se na primeira colocada nas intenções de votos nas pesquisas (Cínthia Ribeiro), uma cidade paralela segue seu curso.

Dos 180 mil eleitores com direito a voto (e que necessariamente nem todos irão às urnas) nada menos que 15,78% não terminaram sequer o ensino fundamental. Um contingente de algo próximo de 28 mil e 490 eleitores.

Número suficiente para definir uma eleição e receptível, pelas condições em que se encontram, a propostas em que vislumbre alguma melhoria. Mesmo que uns trocados no bolso. E não se pode condená-los na sua luta por sobrevivência nas trevas.

O ex-prefeito Carlos Amastha saiu das urnas vencedor em 2016 com 27 mil e 443 votos na frente do também ex-prefeito Raul Filho. Amastha obteve 68.634 votos contra os 41.191 votos dados ao então petista.

O estudo é do Observatório Social de Palmas, fazendo uso de dados do Tribunal Superior Eleitoral. Ali se tem que nada menos que 2.150 eleitores seriam analfabetos na Capital e outros 3.895 só leem ou escrevem.

No ensino fundamental incompleto são 22.445.  O maior contingente de eleitores situa-se na faixa do ensino médio completo: 57.633. Considerada como a cidade com maior número de universidades no Estado, eleitores com ensino superior completo são 35.676. Apenas 19% dos eleitores. Ou: 11% dos moradores.

Comparando os números dos eleitores com a renda, tem-se uma equação trágica em larga medida responsável pelo descaso de anos da sociedade política em combater questões tão relevantes. E, claro, manutenção do status quo que dela se beneficia.

Há na cidade (IBGE/Pnad) um exército de 57 mil pessoas com renda média mensal per capita de até R$ 17,00 (até 3,2 PPC/US$). São mais de 20 mil com renda média mensal per capita de R$ 10,2 (1,9 PPC/US$) e outras 37 mil com renda mensal per capita de R$ 17,00 (3,2 PPC/US$).

Um terreno fértil para o par de botinas que mantém o sistema. Antes e depois das urnas.

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