O prefeito Eduardo Siqueira ainda em lua de mel com a administração. Mas o mundo gira e a lusitana roda.
Daqui a duas semanas fecha 5 meses à frente da prefeitura. É quase metade do ano.
É cedo. Mas o curso empreendido por Planejamento/Finanças/Administração sugere que Eduardo pode fechar 2025 com problemas.
O resultado prático até aqui indicaria a necessidade de alteração do modo para atender as prioridades que elencou.
Deixar o oba-oba para o palanque eleitoral já que Eduardo prometeu dedicar-se por completo à administração. Dela dependeria seu futuro projeto político.
Talvez resida aí a informação de que o prefeito pode fazer uma reforma.
Na Capag 2025 (publicada pela STN em Março/2025) a Prefeitura pontuava letra A+. No parecer do empréstimo com o BB (R$ 300 milhões tramitando na Câmara), a Capag estava em B+ (25 de abril de 2025).
Uma queda significativa na capacidade de pagamento (liquidez/endividamento/poupança corrente).
A Capag/2025 computa dados do exercício de 2023. Significa que o B+ pode resultar de 2024 e 2025. Ou seja, uma queda não só desta administração. Ou daquela.
Parte desse desempenho,com efeito, deve ser creditado à elevação dos gastos com salários e com o transporte coletivo no ano passado.
Daí aqueles R$ 200 milhões de dívidas, produto do cancelamento de empenhos em outubro/24 (como divulgou este blog em novembro/24).
A Secretária de Planejamento de então saiu à época deitando o verbo no blog nos bastidores. Mas tudo ficou do mesmo jeito. Até na cobertura jornalística dada ao expediente. Simplemente ignorado. Esta mesma que hoje o vê (o passivo) como escândalo nacional. Eduardo entrou, retirou o pano.
Mas há outros ingredientes: o empréstimo de R$ 300 milhões que deve ser autorizado pela Câmara se dá quando a Prefeitura aumenta também o comprometimento da receita corrente líquida com serviço da dívida. Passa de 4,0% da RCL (Boletim de EntesSubnacionais/2025) para 5,14% (parecer da Prefeitura no PL 04/25 em abril último).
A despesa bruta de pessoal já compromete 57% das receitas correntes líquidas e 53,9% das despesas totais dizem respeito ao custeio. Além do mais, está sem autonomia: a arrecadação própria representa apenas 44,50% das receitas. Se as transferências sofrerem alterações para baixo, problemas.
Pior: pelo relatório da STN divulgado em março, as disponibilidades de caixa garantiam apenas 0,8 meses além do próprio mês. Como os dados do Boletim de Entes Subnacionais 2025 considera os números de 2023, é possível que a situação possa piorar.
É ver a quantas se movimentarão as despesas com o aumento do subsídio nas tarifas de transporte coletivo. E no número de secretarias.