A senadora Dorinha Seabra (UB) foi escolhida (na última quarta) líder da bancada feminina no Senado.
É cargo de mais simbolismo que relevância para a população do Estado.
Imprime, isto sim, maior substância à biografia da parlamentar que é uma senadora atuante.
A bancada feminina é composta por 16 senadoras dos 27 Estados. Significa 19% dos 81 senadores.
Pode influenciar nas pautas, mas não garantir, sozinha, resultados.
Mas é um predicado a acrescentar à parlamentar que tem, pragmaticamente, maiores desafios na sua pretensão de governar o Estado.
A aprovação popular de Wanderlei Barbosa e do seu governo (praticamente todas as pesquisas regionais e nacionais o apontam) é um deles e contraria, com efeito, a premissa de mudança pregada pela Senadora na sua pré-campanha.
Na cabeça do eleitor, haveria, a priori, uma interrogação: mudar o quê e para quê, se está dando certo, governo paga fornecedores, prestadores de serviço e servidores em dia. E o Estado mantém-se enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal e enxuto?
Os prefeitos, por seu turno, receberam no ano passado de transferências do governo R$ 1,7 bilhão. Este ano (de janeiro a junho) foram R$ 868 milhões, projetando no final de 2025 repasses maiores que do ano passado.
Um novo projeto? Qual?
Ou seja, o discurso de mudança propagado por Dorinha pode alavancar o discurso da não mudança ao candidato governista deputado Amélio Cayres.
E que, juntado à aprovação popular de Wanderlei, já teria sua plataforma de campanha com razoável medida de aceitação.
Isto porque nas circunstâncias atuais é mais fácil provar e convencer com o que está dando certo do que justificar mudanças por algo que estivesse errado e necessitado de ser alterado.
No popular, seria trocar um pássaro nas mãos por dois voando.
Dorinha ainda tem tempo de calibrar seu discurso. Amélio, de propagar o seu que já nasce pronto.
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