O prefeito Eduardo Siqueira (Podemos) inicia o último bimestre do primeiro ano de sua administração com o apoio de mais de 90% dos 23 vereadores de partidos diversos.
Eduardo sempre foi um grande articulador. Daí, entende-se, o aval dos parlamentares que reverberam na Câmara conclusões sem que as premissas tenham sido pensadas.
Sem o concurso da consciência. Talvez não a tenham.
O prefeito, com efeito, tem terceirizado aos vereadores a defesa de sua gestão. Deixa para os vereadores a luta política de baixo nível e faz a sua política do bem.
E eles, não sem incentivo do Paço, escolhem na sua guerra política de afirmação do governo atual, atirar contra a gestão anterior.
Poder-se-ia traduzir: não olhem para esta gestão!! O que nos prejudica é a gestão anterior!!! Não resolve os probemas atuais, mas tira o foco que interessa ao cidadão.
A estratégia anacrônica pode não fazer bem a Eduardo que tem um projeto claro: ser reeleito e disputar o governo.
E não é fincado no retrovisor e com expedientes tais que irá ter a confiança do eleitorado que o colocou no cargo, mas ainda o vê de esguelho.
Senão vejamos o que se dá na contramão da "consciência" parlamentar: de janeiro a outubro de 2025, o prefeito Eduardo Siqueira (prefeitura) teve de receitas correntes e transferências correntes a soma de R$ 1,714 bilhões.
Significa R$ 32,8 milhões a mais do que os R$ 1,681 bilhões de receitas correntes e transferências correntes de janeiro a outubro de 2024 (Cínthia Ribeiro).
Os dados são do portal das transparências da Prefeitura, que não os totaliza, sendo necessário pesquisar mês a mês. Mas públicos.
Nas despesas, Eduardo empenhou de janeiro a outubro de 2025 a soma de R$ 2,225 bilhões.
No mesmo período do ano passado, Cínthia empenhou R$ 1,854 bilhões. Ou seja, R$ 371 milhões a menos.
Já Eduardo pagou de janeiro a outubro o total de R$ 1,655 bilhões das despesas empenhadas contra R$ 1,792 de pagamentos de Cínthia no período. Ou: R$ 137 milhões a mais.
E, conforme o RGF de 2024, a prefeita anterior deixou um superávit financeiro de R$ 63,2 milhões e R$ 139 milhões destinados a pagamento de restos a pagar.
Devem ser estes aí os R$ 200 milhões de dívidas que os vereadores reverberam no Legislativo todos os dias.
















