O prefeito interino Carlos Eduardo Veloso pode até manter todo o restante da equipe do prefeito Eduardo Siqueira. E tudo ter sido conversado com o prefeito.
Mas a rapidez da demissão do secretário-chefe de gabinete (Carlos Junior) e do procurador geral do município (Renato Oliveira) é de um simbolismo impressionante e não é sinônimo de sintonia com o prefeito eleito. Ou de que vá parar por aí.
Se o secretário-chefe de gabinete é um cargo de estrita confiança pessoal, o de procurador é eminentemente técnico.
Dele se exige apenas conhecimento jurídico para a defesa do município. E não atributos estacionados no perímetro dos afetos.
Carlos Veloso assume o risco político da decisão e que já era prevista na entrevista que deu à TV Norte SBT Tocantins ainda ontem antes da publicação no Diário Oficial.
Disse que daria a sua cara à administração que ainda é de Eduardo. Uma proposição que atende ao seu partido, o Agir (de Amarildo Martins) e ao deputado Filipe Martins (PL), pré-candidato, por enquanto, à reeleição.
O Agir (Amarildo Martins) já controlava na prefeitura o seu maior orçamento: a Educação, com R$ 735 milhões para este ano.
É uma linha política, por outro lado, que crava uma aposta no não retorno de Eduardo Siqueira (afastado temporariamente) ao cargo.
Um racha com o Podemos que pode respingar na pré-campanha de Dorinha Seabra.
O PL está ainda no grupo palaciano apesar do canto de carroceria de Bolsonaro em Filipinho na carreata em Palmas. Filipinho (PL) e Amarildo deixaram o grupo para apoiar Eduardo.
A não ser que Carlos Veloso observasse na conduta dos secretários demitidos sumariamente algo que lhe fosse tão contrário.
E aí uma nova dissensão com Eduardo só exposta quando o prefeito foi afastado do cargo.
Não há dúvidas de que, revogada a prisão preventiva, Eduardo renomearia o secretário-chefe de gabinete ao cargo.
São inclinações que sugerem perseguir o Agir e Carlos Veloso não a interinidade, mas outro projeto.
Enquanto se diz, ainda, aliado. É. Pode ser.