A sofreguidão da senadora Dorinha Seabra (pré-candidata ao governo) de ungir à mesa a candidatura de Carlos Gaguim (do UB) ao Senado segue produzindo resultados.
Um deles, oriundo da lógica (ou falta dela) da mexida, tem feito emergir avaliações de que a parlamentar talvez não tivesse expertise política necessária para encabeçar uma chapa majoritária.
Ao servir na semana passada Carlos Gaguim no cardápio como o seu candidato (e do partido) ao Senado (omitindo Vicentinho Jr/PP), Dorinha teria, a princípio, contrariado acordo das direções nacionais do PP e do UB que sinalizavam definições só a partir de pesquisas previstas para agosto.
PP e UB decidiram-se por compor uma Federação, mas que ainda não foi formalizada no Tribunal Superior Eleitoral. Há questões como o novo nome ou a presidência. A antecipação de Dorinha indica aposta em outra frente.
Com potência para impulsionar o deputado Vicentinho Jr (presidente regional do PP e uma das apostas do presidente nacional Ciro Nogueira) a disputar o Senado sem o UB.
Os bolsonaristas trabalham para eleger o maior número possível de senadores no próximo ano.
E haveria poucas dúvidas acerca do perfil de Vicentinho Jr e Carlos Gaguim sobre qual carregaria maior massa bolsonarista.
Não só ideológica, mas de musculatura eleitoral. Mais ainda aliado do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira, do Podemos. E de um ex-senador: Vicentinho Alves.
Lideranças que podem abarcar o siqueirismo ainda ressentido com os movimentos de Carlos Gaguim e Dorinha Seabra em direção ao Monte Sião e Amarildo Martins na prisão de Eduardo Siqueira e interinidade de Carlos Velozo.
A candidatura de Dorinha Seabra, neste contexto, pode ter subido no telhado dado os deslizes e dependência pública do Palácio Araguaia.
Ainda que ambos, Gaguim e Dorinha, fossem remanescentes do siqueirismo, Eduardo Siqueira seria o próprio siqueirismo.
E entre Gaguim, Dorinha e Vicentinho Jr não é difícil discernir o "pule de dez" da corrida. Sem a necessidade de ir muito além do cotidiano.