Quando apontei ontem o desempenho fiscal do governo como justificativa para o Palácio adquirir vacinas do Covid-19 com recursos próprios, não faltou aquele que elaborasse proposições, as mais diversas e até paradoxais, para objetar as demonstrações de eficiência governamental na administração da caixa.
São números públicos como este: de janeiro a março deste ano (com o Covid-19 no seu maior pico) o governo arrecadou de ICMS valores 22,6% a mais que no primeiro trimestre de 2020. Com a arrecadação de março fechada, foram R$ 903 milhões (2021) contra R$ 736 milhões no mesmo período de 2020.
Se compararmos as receitas tributárias (todos os impostos e contribuições no período), o crescimento foi de 18,7% entre janeiro/fevereiro/março/2020 e janeiro/fevereiro/março/2021. Foram R$ 736 milhões de receitas tributárias no primeiro trimestre de 2020 e R$ 1,1 bilhão de receita tributária entre janeiro e março de 2021.
Para o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Estado, Jorge Couto, o desempenho decorre de pelo menos dois fatores: estratégia de administração tributária da Secretaria da Fazenda, especialmente no planejamento e nos trabalhos de fiscalização somados às auditorias diretas nas empresas.
Isto tudo aí sem realizar concursos públicos no setor (com o mesmo número de auditores há mais de década) e com uma penca de reivindicações dos auditores não atendidas pelo governo.