No descanso de Dona Aureny poder-se-ia dizer que uma guerreira, na expressão literal da palavra, deixou um legado relevante para a história do Estado. 

Era visível sua presença nas ações políticas e públicas do ex-governador Siqueira Campos. Dificilmente conversava com jornalistas sobre ações políticas. Mas em toda reunião ali no Barracão, na casa da 14, estava a dar suporte e a cultivar amizades e respeito políticos. Por décadas.

Não era mulher de sala e cozinha. Talvez entendesse melhor as questões da população que o próprio Siqueira. De personalidade forte e assertiva, sua figura assomava-se, junto à pobreza, com maior relevo. 

Ainda que Siqueira demonstrasse pulso firme na condução de sua vida política, o braço de Dona Aureny talvez fosse a força motora a impulsionar-lhe os passos nos primeiros desafios públicos. Com firmeza. Nos embates internos familiares, que toda família os tem, refluiu com serenidade e deixou a vida escorrer.

Siqueira a retribuiu com os Aurenys na cidade, bairro que abriga a população mais pobre, longe do centro e de condições de vida, mas certamente compatível com intenções e gestos do coração de Dona Aureny. Eternizou-se junto aos mais carentes.

Até porque não é qualquer mulher que deixa o Sul com  uma penca de filhos, um caminhão velho e um homem sonhador para a porta do fim do mundo que era o ex-Norte de Goiás para os sulistas. E com ele continuasse vida inteira sem impingir-lhe sombra, mesmo sendo decisiva na trajetória política do companheiro.

Seu mandato, deduz-se, era ser o pêndulo entre o feijão e sonho na carreira memorável e histórica do ex-governador de que foi sustentáculo por uma vida. Se tivesse disputado mandatos eletivos, não teria ido perto.

 

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Ponto Cartesiano

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