Bolsonaro não precisaria de mais nada para ter nas urnas os votos daqueles que não querem Zé Dirceu, Lula e os petistas tomando o poder do eleitor que, legal e legitimamente, é aquele que, verdadeiramente, a detém no estado democrático de direito
Os 32% de Bolsonaro e os 21% de Haddad (Datafolha de ontem) retiram, na prática, as chances de Ciro, Alckimin, Marina ou Meireles de irem para o segundo turno.
Bolsonaro em ascensão e Haddad em queda com rejeição maior que o capitão no Sul, Centro-Oeste e Norte
Fez mal à candidatura do petista as declarações (ao El País) do corrupto José Dirceu (condenado pelo Mensalão e operação Lava-Jato a quase 50 anos de cadeia) de que o partido iria tomar o poder e que isto seria diferente de ganhar eleição.
Ou seja, para os petistas não seria a população a delegar representação no voto popular e universal. Seria a capitulação dos adversários à ação do partido de tomar o poder que, nas democracias, não é de partidos, militância ou políticos. E sim da população, dos eleitores, com partidos ou sem partidos. Da mesma forma que a autoridade é da lei e não de quem a aplica.
Daí que, no mesmo Datafolha, 51% dos entrevistados querem que Lula (ex-chefe de José Dirceu) continue na cadeia, condenado a 12 anos de xilindró por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ainda que não tenha esgotado os recursos no STJ e STF, certamente foi atingido pelo petardo de Antônio Palocci tornado público esta semana de que ele, Lula, não só tinha conhecimento da corrupção, mas a determinava. E que nas duas últimas campanhas o PT tivesse arrecadado R$ 1,4 bilhões. O triplo do que foi declarado pelo partido.
Bolsonaro não precisaria de mais nada para ter nas urnas os votos daqueles que não querem Zé Dirceu, Lula e os petistas tomando o poder do eleitor que, legal e legitimamente, é aquele que, verdadeiramente, a detém no estado democrático de direito.