A eleição da OAB está prevista para o dia 28 de novembro. Mas os cerca de seis mil advogados do Estado (4 mil e 700 com direito a voto) são apresentados a uma campanha corporativa que em nada deveria às campanhas eleitorais político-partidárias comuns. Tanto política como financeiramente. Aeronaves de pequeno porte estariam cortando o Estado de cabo a rabo.

Óbvio que toda ação humana é uma ação política. Não é porque envolvendo operadores do direito o fosse diferente. A contradição está na estratégia dos concorrentes que tentam, não raro, camuflar a participação dos políticos no processo. Ou diminuir-lhes relevância ou influência.  Algo de difícil consecução que dirá entendimento ou compreensão.

Há três candidatos: Célio Rocha (candidato da atual diretoria que foi acusada de proselitismo político com a filiação do presidente, Walter Ohofugi, ao PSD, do senador eleito Irajá Abreu e senadora Kátia Abreu), Juvenal Kleiber (ex-presidente metropolitano do PSDB e advogado do governador Mauro Carlesse) e Gedeon Pitaluga, com relação de parentesco direta com o deputado federal César Hallun, candidato ao Senado na chapa majoritária do governador eleito. Três respeitáveis advogados que não podem, sem serem refutados, acusar um ou outro de submetidos a uma ordem político-partidária.

O grupo de Juvenal Kleiber, como num movimento preparatório e de convencimento da população (e da classe), circula no Estado com um adesivo (veja aí do lado). Nele a mensagem é a de que não é por ter amigo político, cliente político, parente político, ideologia partidária e filiação partidária que o advogado não deveria ser respeitado.

Corretíssimo. Uma senha para a desconstrução de um pensamento hipócrita que existe, não só entre os advogados, mas praticamente em todas as corporações, sindicatos, associações e que tais. A abertura proposta no panfleto beneficiaria, lógico, aquele que tem todos os predicados da mensagem. Ou seja: os que dela já fazem uso.

No governo, há a nítida preferência, por motivos também óbvios, a Juvenal Kleiber. Auxiliares (secretários, presidentes de órgãos e que tais) de Mauro Carlesse pedem abertamente voto para o advogado do Governador. Gedeon Pitaluga, que corre na mesma raia, em função do recall de eleições anteriores que disputou, tem, no entanto, apresentado maior densidade eleitoral, contra a melhor estrutura de Kleiber evidentemente.

Um vídeo publicado ontem por Gedeon Pitaluga, entretanto, indignado com supostas críticas que consideraria de baixo nível e defendendo Juvenal Kleiber (seu adversário)e o ex-presidente Epitácio Brandão, sugere que pode estar em vias de unir-se a Kleiber. Por vários motivos dentre eles a própria necessidade do grupo palaciano (e que se note, Siqueira Campos metia o dedo até em eleição de síndico) de eleger Juvenal Kleiber. E para isto, tem que retirar Gedeon, circunstancialmente, na frente.

Por simples razão matemática, três candidatos disputando uma eleição sendo que dois deles disputam o mesmo segmento e com as mesmas armas (Kleiber e Gedeon), favoreceria o candidato da situação, Célio Rocha, que já teria, em tese os votos da situação interna (seus aliados) e da oposição externa, dado que o grupo político do qual supostamente faria parte, integraria a oposição ao governo, tendo disputado eleição contra a chapa majoritária do governador eleito, o pêndulo de Kleiber e Gedeon.

É aguardar os próximos passos que a ínércia da campanha na entidade sugerem já estarem definidos.

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