A semana foi pródiga. O senador Eduardo Gomes disse que é candidato à reeleição e que Dorinha Seabra é candidata ao governo.
Wanderlei Barbosa desabafou que não é candidato ao Senado e nem teria essa vontade. E que campanha eleitoral só no próximo ano.
São, como se percebe, proposições contraditórias. Se não é candidato, por que motivos encaixaria o calendário eleitoral.
Bastaria a negação de candidatura. Prazo eleitoral é para aquele que quer ser candidato.
O Governador age como se quisesse ajuntar a boiada depois que ela estourou. Pode ser tarde apesar do calendário eleitoral.
O start eleitoral, paradoxalmente, foi dado pelo próprio Palácio ao impulsionar uma pré-candidatura de Amélio Cayres ainda em 2024.
Aceleração que não foi reduzida, apesar do discurso do Chefe do Executivo. Pelo contrário, intensifica-se. É do jogo e Amélio tem os seus direitos políticos.
Mas não só encurta o mandato de Wanderlei como ignora os líderes dos partidos da base que o elegeu governador.
Só faltava Wanderlei incentivar seus aliados a defender Amélio (ou não impedi-los dado a grande probabilidade de dividi-los) , despachar toda a área social do governo para a primeira dama Karynne Sotero e sua base ficar esperando as sobras. Ou a hora aprazada pelo Palácio.
Wanderlei faz um bom governo porque também dispõe de secretários eficientes em áreas fundamentais. E isto é um mérito seu indiscutivelmente.
Mas como é público, gasta grande parte do seu tempo fazendo política nos municípios. O resultado está na aprovação popular na faixa dos 80%.
É proibido? Não!! Favorece, entretanto, o raciocínio de que estivesse numa carreira solo e buscasse uma eleição plebiscitária.
Mas seria incongruente atribuir como campanha eleitoral antecipada movimentos similares porque estaria acomodando na ilegalidade seus próprios percursos.
Ainda que tenha, sempre, como qualquer político, o argumento de que anda muito para conhecer mais de perto os problemas da população.
Wanderlei é candidato, sim, em 2026. E é a razão que o indica. Não deixar o governo só por birra com o vice Laurez Moreira (que ele próprio empurrou para a oposição) ou medo de enfrentar a máquina que utiliza, não será uma demonstração de força política.
Pode ocorrer? Pode. Mas eliminará as possibilidades da primeira dama Karynne Sotero (com movimentos sugestivos de campanha eleitoral) e do próprio irmão, vereador Marilon Barbosa.
E deixar passar uma oportunidade que pode não ter mais: a de ocupar uma vaga dentre os 81 políticos mais importantes do país. Não à toa,o Senado é chamado de Câmara Alta.