O governador Wanderlei Barbosa esteve ontem pela TO-050, trecho Porto Nacional – Silvanópolis. Pode-se apontar, em ano eleitoral – como é usual na democrática reação dos adversários este ano - que o governador se movimentasse nos interesses das urnas em maior grau do que das demandas públicas. E que no verão (nosso inverno) priorizasse aproximar-se das consequências das chuvas a deitar o traseiro na cadeira no Palácio. Trazendo benefícios à população não haveria mal nenhum.

Aliás, governadores são eleitos pela população para um cargo político e a partir de demandas colhidas pessoalmente pelo representante sobre os representados. Caso contrário, não haveria eleição, bastando nomear-se um técnico burocrata com suas planilhas que, não raro, destoam das necessidades públicas harmonizando-se com interesses outros e consequências diversas.

Raul Filho, por exemplo,  foi estigmatizado, indevida e inadequadamente (no senso comum) na sua administração na Prefeitura de Palmas (que teve avanços consideráveis na educação) com uma frase idiota num desses invernos na Capital, sugerindo a população a aceitar os buracos nas ruas da cidade por serem inexoráveis nas chuvas.

Conhecendo Raul desde o inicio dos anos 90 como deputado estadual, intuo que o ex-prefeito não pensaria (nem pensa) da forma como verbalizou e foi idealizado pelos eleitores. Estava na verdade acuado e soltou essa soprada por algum assessor ou não foi assessorado no episódio de forma adequada.

Um descuido verbal não perdoado pela população, que dirá adversários políticos, que terminou expondo uma administração cuja premissa maior seria acomodar-se às ordens clima/tempo e não preparar-se para enfrentá-los, nesse conflito civilizatório em que jogando parado ou se deslocando o homem é infinitamente inferior à natureza. Imagina a Via Lactéa tem de 100 a 400 bilhões de estrelas como o Sol, numa extensão de 2 bilhões de anos-luz.

Raul provocou, no repouso conveniente, uma administração que propagava ser impossível evitar os buracos não desejados a amenizar consequências que previstas por mera razão de possibilidade e probabilidade requereria tudo, menos ficar parado. Ninguém controla  chuvas, mas prevê (e repara) buracos em ruas e rodovias sem muito esforço por quase perenes e previsíveis.

Indiferente às críticas políticas malévolas que a oposição tenta, em tais movimentos, pregar em Wanderlei dizendo-as benévolas ao Estado, assim, a situação reproduz, nas consequências  subsequentes, de forma inversa, a causa do ocaso de Raul: Wanderlei seria o mal porque estaria querendo cuidar dos buracos e das enchentes, ao invés de deixar a tarefa à inexorabilidade dos movimentos da natureza.

Wanderlei, como seu jeitão sertanejo, segue o fluxo `sob seus métodos, modos e forma. Disse ontem ao blog que o trecho da rodovia Porto/Silvanópolis (que fiscalizava no sábado) não tem mais recuperação. Seria necessário trocar todo o asfalto. E não é de hoje. Conheço o trecho mais que a palma de minha mão. Caminho por ali desde 2010 a pé na romaria que faço ao santuário de Bonfim, saindo de Palmas.  Conheço todos os buracos e a falta de acostamento. É o pior trecho da minha romaria.

Wanderlei ressaltou ao blog que já fez uma recuperação e agora haveria determinado ontem uma nova operação tapa-buracos na rodovia. Ele entende que não há mais outra solução que não a federalização da rodovia e que seguiria cobrando do governo federal a providência.

Há controvérsias, claro, já que o trecho é lucrativo e ele próprio se pagaria (na manutenção) com uma administração privada O governo ganhava uns trocados, liberava orçamento com eliminação dos gastos de manutenção e população e produtores ganharia logística mais em conta.

O resto é pura ideologia chinfrin. Ainda que democrática.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

Os deputados protocolaram nesta terça Proposta de Emenda Constitucional que possibilita a reeleição na presidência do Legislativo na mesma legislatura....

A produção de imagens na UPA ontem por Janad Valcari e profissionais sem luvas, máscaras e sem autorização do poder público em setor urg...

O Executivo tem até o dia 30 de maio para publicar o relatório de gestão fiscal do 1º quadrimestre de 2024. Os números da execução or...