Seis deputados do Estado (PP/Republicanos/PL) votaram ontem pela urgência do PL que derruba o decreto do IOF. A votação foi 346 a 97.
Cerca de 60% dos votos favoráveis à urgência vieram de deputados da base aliada do governo Lula (e que comandam Ministérios). Atenção: é ainda apenas a urgência para tramitar.
Diz-se que seria reação ao atraso na liberação das emendas, provocado justamente pelo embaraço do Congresso em atender o STF nas emendas pix.
Estão na lista Eli Borges e Filipe Martins (PL), Vicentinho Jr e Lázaro Botelho (PP) e Antônio Andrade/Ricardo Ayres (Republicanos).
O IOF já estava garantido na Câmara após reunião de Lula com Hugo Mota. Mas a chantagem para a liberação das emendas falou mais alto.
A população que não fez parte da conversa de final de semana entre os dois presidentes dos poderes, passou a ser o impulso dos "heróis da resistência". O popular bucha de canhão.
Lula liberou ontem mais R$ 100 milhões de emendas. É esperar para ver até onde seguem.
Obviamente, seria mais favorável à população o governo Lula cortar os R$ 800 bilhões de incentivos fiscais a empresários, do que elevar impostos.
Não o faz, deduz-se, em função das bancadas corporativas no Congresso, financiadas, em larga medida, pelos grupos empresariais beneficiados.
Entendamos assim: deputados federais e senadores não concordam em elevar impostos da população (o país tem uma das maiores cargas tributárias do planeta) mas não aceitam cobrar impostos dos empresários e mais ricos.
O governo que se vire nos 30 para pagar os R$ 50 bilhões de emendas parlamentares em 2025. Quase os R$ 74 bilhões que o governo tem para investir este ano.
Um orçamento onde 90,4% das despesas primárias (R$ 2,385 trilhões) são obrigatórias.