A demissão do secretário da Casa Civil da Prefeitura de Palmas, Edmilson Vieira, publicada nesta terça pela prefeita Cinthia Ribeiro, considerando as movimentações do ex-Secretário na administração, demorou até demais. Mais pela boa vontade da prefeita com o auxiliar do que por aquilo que entregava à gestão.
Vem de muito a confusão que o agora ex-secretário fazia sobre competências, prerrogativas e obrigações das funções que exercia. Impondo à prefeita passivos não só administrativos mas políticos e que, tudo indica, Cínthia Ribeiro aceitava pela condição com que assumiu a prefeitura e pela confiança que tinha no ex-secretário, que é advogado.
Nos corredores do Paço Municipal, Edmilson era observado como um comprador de briga com os demais auxiliares da prefeita. Uma pessoa de difícil relação que enfrentava, certo modo, até mesmo a autoridade da Chefe do Executivo municipal e não se sabe qual seria o seu respaldo político.
Na equipe de Cínthia ainda é lembrada a ação de Edmilson de (há dois anos) tentar subordinar o orçamento (e os demais secretários) à sua secretaria de Controle Interno. Isto depois da lei orçamentária ter sido aprovada pela Câmara.
Edmilson tentou impor amarras às pastas como se prefeita fosse. Junto com a Secretaria de Planejamento onde o próprio Edmilson teria indicado a titular. Isto tendo-se como evidente que são as secretarias que tem conhecimento das demandas setoriais e a competência para aprovar despesas é da prefeita.
E à revelia da prefeita, conforme os secretários confidenciaram a este blog na época, já que não estaria na LDO. E qual seria o jabuti: do orçamento aprovado pelos vereadores, as pastas só administrariam 50% dos recursos, como já determinado pelo Planejamento/Controle Interno.
Os outros só seriam liberados mediante autorização do Controle Interno e Planejamento por ele controlado. Para se ter uma idéia, nem os vereadores tem competência para modificar isto: mudar planejamento de secretarias do Executivo.
De outro modo: os secretários nomeados pela prefeita estariam, na forma empregada, diretamente subordinados ao Controle Interno cujo titular, Edmilson Vieira, teria apresentado a secretária do Planejamento, Fernanda Rodrigues, uma técnica, à prefeita.
Naquela crise, lá em 2018, a prefeita Cínthia Ribeiro demitiu a secretária do Planejamento, Fernanda Rodrigues. E Edmilson foi promovido a Secretário da Casa Civil.
Caiu agora porque não aprendeu o recado da prefeita e das urnas. Não afastado, seria ele o prefeito de fato. Como a conduta contínua, já na nova administração, prenunciava, conforme outros titulares de pastas. Algo que os votos e a própria personalidade de Cínthia não permitiriam nunca se dar.
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