É atribuída a Otto Lara Rezende (jornalista, memorialista e escritor mineiro) a frase conclusiva (para sua régua) de que "mineiro só é solidário no câncer". Otto, avaliou-se,  manifestaria  na citação a "insensibilidade, desprezo, frieza e falta de solidariedade da maior parte a população brasileira com os infortúnios dos outros".

Pois bem: até a "porca da Dionisa" ou os clientes de "Maria Mata Home" sabem em Porto Nacional que o prefeito Ronivon Maciel não indicou seus próprios secretários. Se já seria um abuso com a população, deu fundo no desrespeito à saude da cidade ao nomear como Secretária de Saúde e Superintendente de Saude dois estudante de medicina.

De outro modo, quando a pandemia registrava ontem 6.301 casos na cidade e 119 óbitos comandavam o combate ao Covid-19 no município de 53 mil habitantes (e a fila de velhinhos aglormerados ontem (dentro e fora do Centro Cultural Vicentão aguardando vacinação sem proteção), dois estudantes que pontuavam o mérito de frequentar um curso de carga horária integral e despachar sobre UTIs, leitos e insumos na Prefeitura. Isto mesmo: a Saúde em Porto é comandada por dois estudantes de medicina cuja graduação é de tempo  integral.

Ronivon informou à Justiça Eleitoral portar diploma de curso superior completo. Acompanham-no na empreitada outros diplomados ilustres: Irajá Abreu (Senador), Kátia Abreu (Senadora),   Vicentinho Jr (deputado federal), Ricardo Ayres (deputado estadual). Porto tem sete deputados estaduais e um federal. Outro federal, Carlos Gaguim, por parentesco. 

Esse pessoal aí é que fez as vezes de Ronivon na formação do secretariado. Teve deputado que nomeu meia dúzia de cargos de primeiro escalão. A situação de Ronivon não só na Saúde, assim, depõe contra a história portuenses. Dos 31 prefeitos de Porto (na República), administraram a cidade dois médicos, dois engenheiros, um odontólogo, um farmacêutico, um agrônomo, um advogado, um engenheiro, um jornalista e dois pilotos. Um médico também foi deputado estadual.

Foram prefeitos que respeitaram, cada um a seu modo, apesar dos equívocos que cometeram, a história excelência da saúde pública na cidade. Desde a Fundação Sesp, passando pela Osego, Comsaude, Hospital de Dr Euvaldo. E dos respeitados médicos Eduardo Manzano, Heloisa Manzano, Euvaldo Tomaz, Francisco Aires, Gismar Gomes, Condorcet Cavalcante, Jaci e tantos outros.

Profssionais que mostraram ao ex-Norte de Goiás e ao país a expertise de profissionais no fim do mundo que era Porto Nacional até a segunda metade do século passado. Ainda que recebesse diariamente três vôos da Vasp, Varig e FAB. Não só em função de sua importância demográfica ou econômica, na geopolitica,  mas por questão de logística.

Para cairem hoje nas mãos de dois estudantes de tempo integral no curso de medicina, com 119 mortes da Covid, repito, sete deputados estaduais, um federal e o vice-governador. E dependente de UTIs que o governo implantou em outras cidades e espantosamente omite aos portuenses.

Se tivesse oportunidade de conhecer a situação portuense, o mineiro Otto Lara Rezende certamente refaria sua frase: os politicos portuenses não são solidários nem no câncer.

 

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