A BRK pode recorrer da decisão do TJ de ontem que reconheceu a competência da Agência Reguladora de Palmas (e não da ATR estadual) para fiscalizar o serviço (e tarifas) cobradas pela empresa do consumidor da Capital.

Não haveria, em tese, razões para a empresa recorrer. Mas pode. Se optar pelo recurso, ter-se-á que a fiscalização do governo seria mais em conta para a empresa. Afinal, ninguém briga pelo pior. E, numa contenda entre custo e benefício, se melhor para a empresa, pior para o público (um dos contendedores) na conta de chegada.

O problema é que governo e prefeitura são públicos, órgãos que tem a competência para avaliar o melhor para a população e não uma empresa concessionária de serviços públicos. A prefeita (e os vereadores) conheceriam, por lógica simples, mais que o governador do Estado as necessidades dos moradores da Capital.

A BRK não criou o problema, mas o aceitou quando adquiriu a concessão da Odebrecht Ambiental/Foz Saneatins. Um contrato escandalosamente ilegal com a prefeitura de Palmas porque sem uma lei, sem "anuência" da Câmara.

Coloco o termo anuência entre aspas porque os vereadores (salvo uma ou duas exceções) o endossaram com o apoio implícito na omissão em denunciá-lo. O decreto legislativo aprovado recentemente poderia ter sido sacado lá atrás na assinatura da concessão por Carlos Amastha. A Constituição e as leis não mudaram em nada de lá até aqui.

E tinham, além da falta de aprovação legislativa, informações públicas que obrigavam os vereadores a ter outra posição. Não foi só a concessão que a empresa levou. Conseguiu aval da prefeitura para um empréstimo de R$ 240 milhões com a Caixa.

Destes, pelo aditivo, a prefeitura levou R$ 15 milhões, dentro dos 8% que estipulava o contrato como obrigação da empresa, recursos adicionais pela concessão. No popular: um achaque com a justificativa de mais recursos para a cidade. Os vereadores lá atrás não viram onde foi aplicado o dinheiro. Mas continuaram inertes. E um comitê da prefeitura (remunerado pelo contrato da empresa) era o responsável pela fiscalização.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

O Executivo tem até o dia 30 de maio para publicar o relatório de gestão fiscal do 1º quadrimestre de 2024. Os números da execução or...

A Superintendência de Educação Básica da Secretaria de Educação tentou fazer um arranjo com o feriadão decretado pelo presidente da...

Caiu como uma bomba no governo estudo realizado pela Firjan (divulgado pelo Metropoles no domingo) de que apenas quatro dos 27 Estados fechariam 2024 no azul. Ou seja, sem d&e...