Alunos de 147 escolas da rede pública estadual tinham autorização para retornarem às aulas ontem. É aquela situação: se o governo não acompanha os demais Estados e a rede privada, fica para trás. Se retorna as aulas, submete pais e alunos aos riscos do coronavírus.

O governo ficou no meio termo: híbrido. Se não tomasse qualquer providência seria certamente cobrado. Como já está sendo escrutinado por setores da sociedade, sindicalistas e professores pelo que implementou.

O Estado recomendou fechamento de bares, trabalho remoto, shoppings estão abertos, cancelou feriado do carnaval e abre escolas. Um sururu de capote.

O problema é que a medida exerce pressão direta nas prefeituras, especialmente do interior do Estado, para também retornar suas aulas. Os currículos escolares são interligados. Os alunos da rede municipal tem como destino, após a fase fundamental, as escolas estaduais. Se perder um ano aqui, perde lá.

E as prefeituras podem não contar com os mesmos recursos do governo do Estado para aquisição de EPIs e adequação das instalações de seus estabelecimentos para receberem os alunos.

No Estado são pouco mais de 1 mil e 600 escolas. Destas, apenas 500 são estaduais e outras mil são municipais e o restante da rede privada. Existem mais alunos na rede privada e muncipal (244 mil) que os 157 mil da rede estadual.

O governo adquiriu seus equipamentos, intuo, fazendo uso do decreto de calamidade. Isto porque não tem orçamento ainda. Pela lei, pode gastar com despesas obrigatórias 1/12 do orçamento anterior. Mas nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado (LOA/2020) não teve esta despesa. E este ano ainda não tem lei para autorizar despesas.

A situação, entretanto, é grave. Se consideramos os casos registrados ontem, 10% dos contaminados se encontram na faixa etária de 10 a 19 anos, justamente dos alunos da rede pública estadual. Outros 72% estão situados entre 20 e 59 anos. Ou seja, filhos e pais formariam 82% desse grupo.

Isto agravado pelo fato de até ontem o Estado já ter recebido 101 mil e 100 vacinas e ter imunizado nos últimos 20 dias apenas 14.145 pessoas. E era até ontem a noite o pior índice de vacinação do país.

Ou seja, estes prefeitos que não vacinam são os mesmos prefeitos que irão controlar o corona nas suas escolas e municípios que administram.

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