O governo amplifica que vai reajustar a alíquota de contribuição dos servidores públicos para o Igeprev: de 11% para 14%. Irá, conforme se divulga, de 14% a 16%. A intenção do governo anunciada na semana passada pela diretoria do fundo no Estado é necessária. Mas da forma como colocada carrega vícios desnecessários. Tanto de entendimento como legais.

O primeiro deles: a decisão é consequência da proposta do governo federal (que aliás o sugere de 7,5% até 16,5%) aos Estados. A reforma da Previdência ainda é um projeto. Terá que passar na Câmara e no Senado em dois turnos de quórum privilegiado (emenda constitucional).

No projeto da reforma (no que diz respeito a regimes próprio de Previdência dos Estados) não é um índice linear (como hoje é de 11%). A alíquota dependerá do salário. O mínimo é 7,5% (para aqueles que ganham até um salário mínimo) e de 16,5% para acima de R$ 39 mil. O mais próximo da intenção divulgada pelo governo do Tocantins é de 14,68% que o governo federal quer seja aplicada a quem ganha de R$ 20 mil a R$ 39 mil.

Pelo que divulgou o Igeprev, o governo do Estado estaria modificando a proposta do governo federal. Sem prejuízo do raciocínio de que o servidor que ganha R$ 998,01 contribuirá com a mesma alíquota de 14,68% para garantir uma aposentadoria daquele que recebe R$ 39 mil, seguida a proposta no Congresso Nacional. Isto já que o governo estadual anunciou que irá iniciar com 14%. Teve ter a garantia de que a mudança no Igeprev (que deve ter uma lei estadual) passa da forma como pretende encaminhar ao Legislativo.

O governo, assim, faz uma meia sola mal ajambrada. Isto porque há, faz anos, projeto para discussão de um ajuste no Igeprev e tanto Executivo quanto Legislativo não levam adiante justamente em função do corporativismo no serviço público. Aproveita-se, agora, da reforma da previdência para escantear o ônus político de uma decisão que atinge não só o servidor, mas o contribuinte.

Se a intenção fosse um ajuste e tivesse seriedade, proporia o governo um debate sobre a paridade na contribuição, também disposta na lei do Igeprev. Em 2018, as contribuições patronais (do governo) para a aposentadoria dos servidores elevou-se a R$ 740 milhões (o governo está em débito porque não repassa, mas é o que deve) e a contribuição dos servidores (ativos e inativos) apenas algo próximo de R$ 520  milhões.  Ou seja, a população está pagando 60% das contribuições que garantem a aposentadoria integral dos servidores públicos.

Ou seja: o governo vai elevar a alíquota de contribuição o que provocará, por lógica matemática, também maior custo aos cofres públicos. Se diminui o déficit do Igeprev por um lado, por outro eleva os gastos do contribuinte.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

O Executivo tem até o dia 30 de maio para publicar o relatório de gestão fiscal do 1º quadrimestre de 2024. Os números da execução or...

A Superintendência de Educação Básica da Secretaria de Educação tentou fazer um arranjo com o feriadão decretado pelo presidente da...

Caiu como uma bomba no governo estudo realizado pela Firjan (divulgado pelo Metropoles no domingo) de que apenas quatro dos 27 Estados fechariam 2024 no azul. Ou seja, sem d&e...