A quase unanimidade política ontem em torno de Siqueira Campos não  traduz, em não pequena medida, mera expressão altruísta de reconhecimento do legado siqueirista.

Ou manifestação de empatia ao quase centenário ex-governador que, como a maioria das pessoas com sua idade, está sujeito às regras naturais da vida humana e sua condição de finitude que a ninguém é dado antecipar. Pelo contrário.

Siqueira conseguiu no Estado deixar de ser um político para ser um movimento. O ex-governador elaborou o siqueirismo que o MDB não conseguiu fazer com o mirandismo ou avelinismo.

E isto certamente teve método e planejamento entre sujeito e objeto, meios e fins, pavimentando uma perpetuação não só de sua participação na história, mas de uma corrente política nele gestada.

Talvez porque o MDB (seu antípoda no Estado) tivesse menos componente populista nas suas ações e não convergisse nos seus princípios, alimentado pela falácia de que o partido não tivesse dono, confundindo debate retórico e ideológico com divergência de rumos e de finalidades.

À maneira do getulismo, do ludoviquismo, do caiadismo, o siqueirismo plasmou Siqueira em uma massa crítica acima da própria pessoa que lhe deu gênese.

O siqueirismo não perdeu força no Estado nem com a ascensão do PT no governo federal com Lula. Reduziu sua influência certamente pela própria forma como siqueira o conduziu, apostando sua continuidade no filho, Eduardo Siqueira, onde não logrou êxito. Não trabalhou o plano B que sempre foi o Plano A. Deu no que deu.

Mas esse contingente eleitoral está aí vivinho da Silva. E é por isto que se viu a quase unanimidade ontem, até de velhos adversários políticos, interessados numa presuntiva herança política.

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Ponto Cartesiano

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