Vamos lá com a nossa lanterna de Diógenes “curraleira”, como diriam alguns.
O prefeito interino, Carlos Veloso, convocou uma coletiva de imprensa ontem para reiterar, como se viu, a forma escolhida para a interinidade.
Pensou-se que a refutaria ou a justificaria de forma racional. Mas fez mesmo foi acrescentar mais gasolina.
Confirmou tudo e todos e mais: vai pensar em alguns pedidos do prefeito eleito Eduardo Siqueira.
Mas (em nome dessa normalidade) nomeou o vice-presidente nacional do Agir (de Brasília) para secretário-chefe de gabinete, justificando que facilitará a captação de recursos para Palmas.
Contrariando aqueles que vêem normalidade, o PP - que não acredita no mito de encantadores de serpentes - desembarcou da administração. Enxergou o que os olhos iluminam. E entendeu os fatos como eles o são.
O ex-senador Vicentinho Alves deixou a Secretaria de Representação em Brasília (DF) e Vicentinho Jr, presidente regional do PP (que aliou-se com o Podemos e Agir contra o PL) retirou seus cargos.
O vereador Carlos Amastha (PSB) - também da aliança política - parece ainda não ter escolhido lado, assim como os demais secretários.
O Agir não tem vereadores na Capital nem deputados no Tocantins. Em 2022 não conseguiu vencer a cláusula de barreira. Não elegeu nenhum governador, deputado federal ou senador no país.
Não tem, portanto, fundo eleitoral, tempo de propaganda eleitoral. Anda discutindo federação com o Solidariedade para tentar não desaparecer.
As demissões e nomeações de Veloso são confessadamente partidárias. E como se originam da direção nacional do partido, não haveria dúvidas quanto a interesses.
É aquele negócio:coloca-se um elefante na frente de uma pessoa e tentam, na retórica, demonstrar-lhes que na verdade se trata de um cachorro.
E porque aponto isto? Ora para lembrar que se o Agir tivesse condições de eleger prefeito em Palmas, não precisaria de atravessadores: o próprio Veloso seria candidato. Certo?
A cidade não é feita só de eleitores evangélicos! Nem Eli Borges ou Pastor Amarildo conseguiram o voto do eleitor palmense para prefeito. Isto é representação. E são os líderes mais proeminentes das igrejas na política.
A menos de ano das convenções eleitorais de 2026, na falta de fundo eleitoral, nada mais producente e somatório ao Agir, portanto, que administrar R$ 6 bilhões de orçamento (2025/2026) de uma Capital de 200 mil eleitores.
Coisa que não possui de resto no país. E lutar por isto. O resto é só ficção para justificar o objeto do sujeito.
Mas atenção: o prefeito interino pode demitir até todo o secretariado, que não estará cometendo ilegalidades. E apontar irregularidades (como sugere) na administração do prefeito eleito afastado, não por ilegalidades no cargo.
Mas não há dúvidas, do ponto de vista político, que se tenta dar à situação de Eduardo natureza de fato consumado.
Daí o racha que não é mais público porque reduziria ainda mais o prejuízo político do prefeito detido porque assentiria sobre a estratégia colocada pelo Agir.
Dando-lhe gás para elevar a “fritada” de Eduardo, agora com justificáveis motivos: adversidade que por enquanto só é notada (ainda que alguns fechem os olhos) no Agir.
Esse pessoal é religioso, mas não é amador. E não acredita em santo.
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