A semana se inicia com quase nenhuma consequência política direta resultante do “grito de guerra” da deputada Janad Valcari ao governador Wanderlei Barbosa.

Se efeito pudesse provocar, ele explodiria mais no colo do senador Eduardo Gomes, presidente regional do PL e pré-candidato à reeleição na majoritária de Wanderlei.

Era algo já previsível em Janad desde que Wanderlei lá em 2020 (ainda na casamata de vice) convenceu o irmão, Marilon Barbosa, a deixar a disputa pela reeleição na mesa diretora para a deputada do PL (então vereadora de primeiro mandato).

No ano passado, mesmo contra o seu grupo, Wanderlei foi para o palanque de Janad na disputa pela prefeitura. Preferiu sacrificar-se a perder aliados. As pesquisas de monitoramento mostraram o que era Janad com e sem Wanderlei.

E, agora, abriu a chapa majoritária do Republicanos para o presidente regional do PL (de Janad), senador Eduardo Gomes que subiu no palanque do adversário de Wanderlei em 2022, Ronaldo Dimas. O então candidato de Jair Bolsonaro (o ex-presidente fez comício no Bico do Papagaio com Dimas).

A deputada foi derrotada mais por sua prepotência e pela insistência em Jair e Michele Bolsonaro. Com Jair, perdeu o federal Filipe Martins (e uma igreja) - lembram-se da vergonha que passaram no deputado na carreata? - e com Michele, o encontro foi um fracasso retumbante. Tudo alterando as intenções de votos. E Wanderlei ali, no palanque.

Wanderlei não tem perfil de escada. E conserva seu temperamento mercurial. Amigo é amigo. Adversário é inimigo. Tem apoio popular histórico e faz um bom governo.

E, diferente das razões atribuídas a Janad, a deputada (como é público) não tem acompanhado a base governista no Legislativo. Não vota com o governo.

Em politica, isto traz consequências. Não tem essa de "venha a nós, vosso reino nada".

O caldo entornou na votação da comercialização de ações do governo na Energisa.

Mas já vinha fervendo com as pressões da parlamentar a Wanderlei por emendas orçamentárias (e não individuais) que a deputada queria acrescentar (R$ 10 milhões) às constitucionais emendas individuais (também de R$ 10 milhões) para shows e eventos no interior do Estado.

Setor onde ela se movimenta com o Barões da Pisadinha. Óbvio que seria uma leviandade cravar interesse próprio, mas os fatos estão aí.

No popular: Janad quer continuar o “negócio político” e mira mais alto: Wanderlei. Conclusão também óbvia: a quase não mais aliada de hoje do Governador pode querer disputar o governo em 2026.

Tem até abril do próximo ano para convencer o presidente regional do PL, Eduardo Gomes ou mudar de partido na janela partidária. E aí outra problemática: pular para onde.

O método de escada em Cínthia, tudo indica, teve, agora,  início também com Wanderlei.

Eduardo Gomes já deve estar com a faca nas mãos para descascar esse abacaxi. Não para convencer Wanderlei de algo, mas Janad.

Lembram-se da relação Wanderlei/Kátia Abreu/Irajá Abreu?

Pois é.

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Ponto Cartesiano

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