Como diria: o pau tá cantando nas eleições da Federação da Agricultura do Tocantins. A Justiça do Trabalho aceitou fazer parte do jogo e as suspendeu liminarmente com tutela de urgência. As eleições estão previstas estatutariamente para 4 de outubro. Daqui a três meses e meio. O Estatuto é claríssimo quanto a prazos e requisitos para a disputa.

E qual a justificativa do magistrado: um dos interessados na disputa, ex-presidente da Federação e ex-chefe de gabinete da senadora Kátia Abreu,Paulo Lima (hoje presidente da Adapec no governo Mauro Carlesse), reclamou na Justiça que não teria sido atendido ao solicitar da entidade informações sobre sindicatos regulares para poder montar sua chapa.

Não se pode dizer que Lima não seja conhecedor dos meandros da eleição na entidade. Nos últimos 20 anos coordenou o processo que levou a senadora Kátia Abreu a seguidas reeleições. Com o uso de informações disponíveis e as dificuldades que se impõe a adversários.

Paulo soube muito bem não entregar o ouro a "bandido", inclusive com ações na própria Justiça do Trabalho em favor do mesmo processo. A reação, agora, do outro lado do balcão ocorreria, assim, não por falta de informação, mas por excesso dela. Um expediente legítimo e democrático ainda que possa ser submetido a escrutínios de outra natureza.

Como é possível notar, bastaria à Justiça determinar à entidade que fornecesse as informações já que o prazo de inscrição de chapas continua aberto. O Estatuto da entidade não sofreu alterações. Não sendo necessário suspender o processo por falta de transparência. A condição de elegível é verificada na inscrição das chapas. O Estatuto, inclusive, permite substituição.

Ademais, montagem de chapas é de responsabilidade das chapas!!!! Os interessados em disputar eleições é que devem buscar interessados regulares. Caso contrário, teríamos aí um processo inverso: ao invés de agrupar pessoas a partir de afinidades, os pescaria numa relação, abrindo possibilidade para outro tipo de convencimento menos convencional.

Ambos os grupos fazem uso de expedientes democráticos e disponíveis. Mas a situação remete à universal antipodia criador/criatura. E sela de vez a impossibilidade de aliança entre Kátia Abreu e Mauro Carlesse.

Paulo Lima (que já foi braço direito de Kátia Abreu) – e chegou a presidir a FAET sob sua orientação – agora é tratado desta forma em nota que a entidade circulou ontem:

Nota sobre suspensão da eleição da FAET

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins – FAET cumpriu a determinação judicial e já solicitou a revogação da decisão que suspendeu o processo eleitoral da entidade.  

A FAET repudia o argumento de “falta de transparência” utilizado por um pretenso candidato, uma vez que as formalidades e prazos estatutários foram obedecidos com rigor. Não é demais lembrar que as eleições da FAET são totalmente previsíveis, pois ocorrem a cada 4 anos e os prazos e requisitos para votar e ser votado estão estabelecidos no Estatuto.

Na verdade, matreiramente, o Sr. Paulo Lima, autor da ação, se utiliza de factoides para induzir a Justiça do Trabalho ao erro e obter vantagem indevida, qual seja, prazo suficiente para a composição de sua chapa diante das dificuldades encontradas para conseguir adeptos ao seu projeto pessoal.

Por fim, a FAET entende que a desorganização do pretenso candidato não pode ser motivo para suspensão do pleito eleitoral, ainda mais com alegações que são inapropriadas para alguém que já esteve na presidência da entidade.

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