Palmas e o Estado do Tocantins tem praticamente o mesmo ponto histórico de criação. Diferença pouca entre um e de outro. Estado criado em outubro de 88 e Palmas em maio de 89. Acompanhei ambas.

Desde a sessão de posse de Siqueira e instalação do Estado e do governo em um ginásio de esportes de uma escola Miracema quanto a missa campal de lançamento da Capital, ali, à beira da estrada que ligava Porto a Lajeado, onde improvisou-se um campo de pouso de aeronaves. Hoje, Praça dos Girassóis.

Vi Siqueira acionando o trator no morro em direção leste, pontuando o que seria a avenida JK, sentido do Palácio à TO-050 e um tatu assustado com o barulho da esteira da máquina. Muitos ainda estão aí para contar a mesma história que tiveram a oportunidade de não só presenciar, mas vivenciá-la.

As trajetórias das duas histórias, do ponto de vista político e administrativo, entretanto, se distanciaram nestas três décadas. Se o governo fechou 2018 gastando 56,67% de suas receitas correntes líquidas com salários, a prefeitura de Palmas ficou abaixo do índice de alerta: 47,40%. Num contexto em que o limite máximo da lei (para a prefeitura) é de 54% e para o governo 49%.

Os números registram também que o governo endividou-se mais que a prefeitura. Em dezembro de 2018, o Palácio Araguaia publicou uma dívida consolidada de R$ 3,3 bilhões para uma receita corrente líquida de R$ 7,1 bilhões. Ou seja, o governo devia 46,7% de suas receitas líquidas.

Já a prefeitura registrou, no mesmo período, uma dívida consolidada de R$ 146,4 milhões. O que representam apenas 14,15% das receitas correntes líquidas de 2018, da ordem de R$ 1,034 bilhão.

Palmas há um ano é administrada pela prefeita Cínthia Ribeiro e o Estado, praticamente no mesmo período, pelo governador Mauro Carlesse. Ambos administrando espólios. A prefeitura teve no período sete prefeitos e o governo seis governadores.

Palmas com um diferencial: durante o primeiro governo Siqueira e parte do governo Moisés Avelino ficou sem os recursos do FPM. O governo, com o aval dos deputados, se apropriou de seus recursos constitucionais.

Uma medida determinada por Siqueira e que terminou prejudicando o filho, Eduardo Siqueira, quando eleito prefeito da cidade que teve que pleitear, no governo do MDB, a reversão da decisão estabelecida pelo próprio pai.

De outro modo: Palmas faz o seu dever de casa. Ao contrário do governo que a criou. São números relativos, mas proporcionais. Intuo que, por estarem mais próximos da população, os prefeitos são submetidos a fiscalização (política e técnica) mais rigorosa. Já os governos, por força até da dimensão territorial, fazem uso do concurso da hegemonia parlamentar nas suas decisões (os representantes da população na fiscalização) para meterem o pé na jaca.

Deixe seu comentário:

Ponto Cartesiano

Caiu como uma bomba no governo estudo realizado pela Firjan (divulgado pelo Metropoles no domingo) de que apenas quatro dos 27 Estados fechariam 2024 no azul. Ou seja, sem d&e...

Recheados de símbolos e intenções transversais os discursos do senador Eduardo Gomes e do governador Wanderlei Barbosa no sábado, a tomar as dec...

A jornalista e pré-candidata a prefeita, Roberta Tum (PCdoB) fez ontem uma resenha dos últimos dias. Assino embaixo. Só faço uma anota&cced...