A campanha pela sucessão na Ordem dos Advogados – Seção Tocantins já começa a dar mostras de descontrole retórico, nivelando, para baixo, uma disputa que, em função dos envolvidos, deveria mirar avanços e não retrocessos e anacronismos na forma, conteúdo e métodos.

Menos de 24 horas após a abertura do prazo para inscrição de chapas (que vai até o dia 15 de outubro, eleição em novembro) o grupo oposicionista à atual gestão fez, na sexta, o Tribunal de Justiça de escada para opor-se à atual diretoria que ainda não apresentou candidato. Um diversionismo primário que não se espera de causídicos acostumados a elaborar raciocínios, acomodar premissas a conclusões.

O grupo criticou o e-proc, dedetização do prédio do TJ,  decisões  administrativas do Tribunal e o Balcão Virtual que apontam não ter sido discutido com a Ordem. Tudo isto para atravessar (e fazer emergir) a situação processual do atual presidente que recorre de sentenças que considera injustas, como ocorre a qualquer advogado na defesa de seus clientes, independente do mérito.

Como é notório, o Tribunal de Justiça é um poder e não é subordinado nem deve ser subserviente à OAB.  Há o Conselho Nacional de Justiça a quem a Ordem poderia recorrer juridicamente como é de praxe.  As reivindicações dos advogados, por certo, não dependem do escrutínio moral de seus representantes. Internamente, a entidade possui comissões e conselhos deliberativos para dirimir tais questões e que funcionam independente do presidente.

Do contrário, se estaria propondo que houvesse parcialidade no relacionamento do Tribunal com a entidade. Como o atual presidente não tem sentença transitada em julgado, os magistrados do TJ estariam, pela lógica, na pressuposição de culpa do presidente, condenando-o antecipadamente com as restrições às prerrogativas do seu cargo.

Negociações ou entendimentos possíveis para melhorar o andamento processual dentro da lei já existente, dependem, com efeito, mais de ação política, fundada em interesse comuns e em harmonia do que de arrivismos argumentativos.

A histórica e tradicional OAB é maior que seus membros para subordinar-se a supostos desvios morais e éticos de dirigentes eleitos, como parece entender (e expõe) a oposição na entidade, nem que para tanto atrele as decisões administrativas do TJ a tais questões com propósitos explicitamente eleitoreiros.

O grupo defensor de Ester Nogueira (uma advogada respeitada e parciomoniosa) que põe fogo no processo com teses não condizentes com a categoria mais prejudica que auxilia a candidata. Além, claro, de provocar uma animosidade sem causa nos juízes e desembargadores.

Assemelham-se no método e forma às estratégias dos políticos nas eleições normais. Assim como induz a conclusão óbvia os ataques abaixo da cintura: a oposição tem mais problemas do que aparenta.

É aguardar para ver até onde vai a  extensão da medida retórica.

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Ponto Cartesiano

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