A falta que Brito Miranda não faz. Por causa de R$ 14 mil que não queria pagar de custas, o ex-governador Marcelo Miranda pode ter subtraído milhares de votos à sua declarada postulação a deputado estadual.
Primeiro foi-se lembrado que Marcelo responderia a 145 ações na Justiça e promoveria 34 recursos na Justiça estadual. Algo de que o nome do ex-governador ficara esquecido na pauta política. Muito embora responder ações não significasse comprovação de culpa.
E em segundo, pela própria natureza do objeto: reivindicação de justiça gratuita concedida às pessoas com insuficiência de recursos para pagar custas, despesas processuais e honorários.
Marcelo declarou à Justiça Eleitoral na última eleição que disputou (2014) um patrimônio pessoal de R$ 2,086 milhões. Corrigido apenas pela inflação de 2014 a junho de 2022, seriam hoje R$ 3 milhões e 207 mil.
Eleito governador, ficou, infere-se, dois anos e meio sem gasto nenhum com alimentação, moradia, deslocamento, contas de água, luz, telefone, empregados, essas coisas que afligem o cidadão comum.
Tudo pago pelo governo pela condição de governador que manteve por dois anos e meio (de 2015 a 2018) quando foi cassado novamente.
Ou seja, a considerar a insuficiência de fundos, agora, teria Marcelo torrado em menos de quatro anos aqueles R$ 2 milhões. Ou os R$ 3,2 milhões corrigidos.
Ainda que a esposa, Dulce Miranda, seja uma deputada federal com tudo que a Constituição o permite.
E que, ele próprio Marcelo, era até dias atrás pré-candidato ao governo do alto do cargo de presidente regional do MDB (onde recebe salário mensal) e agora dispõe-se a disputar o cargo de deputado estadual.
Sem dinheiro, deve ir às ruas calçado em sandálias de pescador.