A constatação de que 30% dos servidores da saúde de Araguaína (600 de 1.900) se recusaram a vacinar contra o coronavírus é demonstração clara de que não dependeria apenas do governo a aceleração da imunização da população do Estado. E que seria injusta, portanto, a carga de responsabilidade atribuída ao Palácio Araguaia.
Pior: a recusa se dá em segmento da população que manipula diariamente com a ciência, que presenciou no dia-a-dia o curso que levou à morte cerca de 1 mil e 400 pessoas no Estado. Tudo isto sem qualquer reação dos órgãos municipais.
A dúvida é o que mais negariam nos tratamentos a pacientes pelos quais são remunerados. Não por menos a cidade registrava ontem 20 mil contaminados e 256 óbitos. A maior taxa de mortalidade do Estado. Mais mortes que Palmas que tem o dobro da população.
Pode estar na ideologia a explicação. Jair Bolsonaro (que nega isolamento social e até dias atrás fazia campanha contra as vacinas) obteve apoio maciço dos produtores rurais e criadores de gado em Araguaína (o propulsor da economia e da política locais). Fizeram caminhadas e carreatas pela cidade e conseguiram dar a Bolsonaro 55% dos votos no primeiro turno e 59% no segundo.
São os terraplanistas remunerados pelo poder público e que arriscam, sem vacinação, contaminar a população que disputa a tapas uma vacina. Medicamento que, nos dias atuais, significa a diferença entre a vida e a morte.
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