Da informação do governador Mauro Carlesse a empresários de Porto Nacional ontem, levados pela senadora Kátia Abreu (leia aí do lado) surpreendem vários fatores. Evidente que, na essência, é um avanço porque indica uma prática que pode levar benefícios, apesar dos métodos aplicados.
O primeiro: Carlesse informara que o governo tem um laudo de 2012 (tenho cópia deste laudo há muito, na verdade é de 2011, feito por uma empresa). Ele interditou, agora, deduz-se, a partir de outro laudo já deste ano de um engenheiro de segurança do trabalho (que também tenho cópia).
No laudo, ele, o engenheiro, orienta a interdição total da ponte e o uso de balsas. Cita os problemas elencados pelo laudo de 2011 (que orientou a interdição parcial, peso e velocidade) calculando que a situação poderia ter piorado com o não controle e o não reparo omitidos pelo governo. Carlesse já estava no governo fazia um ano!!!
Não há, entretanto, qualquer dado demonstrativo. Daí o governo, mesmo assim, ter interditado e contratado um novo laudo que não se sabe que empresa estaria elaborando. Mas não é o ponto. Técnicos tem mais autoridade que leigos para prevenir tragédias com obras de engenharia.
O problema é que Mauro Carlesse antecipou aos empresários ontem que dia 4 de junho reabre a ponte para veículos leves (ele já tinha amplificado o prazo de 30 dias) na mesma situação anterior à interdição. E pior: informou que não tem ainda o laudo que encomendou!!!
De outro modo: acordou invocado, no dia 7 de fevereiro deste ano, conversou com Toinho Andrade e Wanderlei Barbosa, e decidiu. Ligou para o dono da Pipes e pronto. Sem consultar o prefeito e os vereadores.
E aí é inevitável a dúvida: o governo teria sido mais irresponsável tendo conhecimento de laudo de oito anos e demorar um ano para interditar a ponte. Ou quando interditou totalmente a ponte e quatro meses após, liberá-la como na situação anterior à intervenção e sem um novo laudo sobre as atuais condições da ponte interditada.
