O governador Mauro Carlesse tem tudo para ser atendido em seus pleitos com o presidente Jair Bolsonaro. Mas não vai ser fácil apesar do que tem para entregar no Congresso. O Governador (segundo sua assessoria) manteve audiência ontem do Bolsonaro, acompanhado do senador Eduardo Gomes, pedindo intercessão no empréstimo de R$ 453 milhões com a Caixa e liberação de recursos para as obras da ponte de Xambioá.
São pleitos legítimos e Jair Bolsonaro não tem deixado aliados sem recursos. No Estado pelo menos sete dos onze parlamentares (deputados federais e senadores) são considerados da base palaciana. Muito embora parte sem o controle de Mauro Carlesse, estão, por outras circunstâncias, votando com o Palácio do Planalto.
A reivindicação de Mauro Carlesse, entretanto, tem natureza distinta. No caso da ponte, os recursos são de emendas de bancadas (só depende de liberação de Bolsonaro) e a obra atrasou por força de ações judiciais da OAS. No caso do empréstimo, o governo do Estado depende de liberação da Secretaria do Tesouro Nacional, que independe de Jair.
Muito embora tenha aplicado um ajuste fiscal e tenha obtido sinalizações na Justiça pela liberação dos recursos do banco, o governo tem tido dificuldade porque a Caixa tem protelado justamente em função das regras da STN. Dentre elas, a capacidade de pagamento.
Ou seja, a vontade política, tanto dos Ministérios quanto do Palácio do Planalto não tem desbloqueado os R$ 453 milhões da Caixa. Um empréstimo cuja garantia são as receitas tributárias e as transferências do Fundo de Partipação.