A presidente da Assembléia Legislativa, Luana Ribeiro, dando uma contribuição extraordinária ao ajuste fiscal do governo. Deve ter problemas para enfrentar, amanhã, novamente, o chefe do Executivo estadual (seu aliado) e os presidentes do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Defensoria e Ministério Público.

Ora, numa situação dessas, a deputada mandar bala num pregão de R$ 3 milhões (o valor de algo em torno de 34 mil bolsas família do governo federal) para deputados alugarem tendas é de uma insensatez extraordinária.

E como os deputados não levantaram a questão, deduz-se que também aprovariam, respeitadas as exceções, a farra. No Estado, 121 mil famílias (MDS) dependem do programa do governo federal. Algo próximo de 500 mil pessoas.

Não bastasse o desperdício de dinheiro público (num Estado que tem uma fila de cirurgias de 1.200 pessoas no HGP e problemas no abastecimento de hospitais), os deputados elevaram suas emendas parlamentares para R$ 77 milhões no próximo ano. E ganharam, ainda, de lambuja, R$ 19 milhões que reduziram das verbas obrigatórias da saúde (de 50% para 25% das emendas parlamentares).

Aliás, Luana parece não se preocupar muito com isto: na metade do primeiro semestre foi flagrada contratando empresas que cobravam R$ 10 mil mensais por cada um dos garçons e copeiros (R$ 11,5 milhões) que atendiam os parlamentares no Legislativo. Eram, na verdade, R$ 11 mil por garçons e R$ 10,8 mil por copeiros. Um contrato de 12 meses, que poderia ser prorrogado por cinco anos sem licitação. Mandrakaria pura.

Um roubo explícito, é possível deduzir,  dado o teto de R$ 1,2 mil pago aos garçons no Estado, conforme o Caged do Ministério do Trabalho e Emprego. Um sobrepreço, cobrado pela empresa e contratado da ordem de R$ 8,8 mil em cada garçon/copeiro.

Só retroagiu, o Legislativo, depois de contratada a empresa, por força do escândalo que era a contratação nestes termos. A empresa reduziu o valor e Luana a contratou novamente no que deveria ter realizado nova licitação (veja aí na foto os preços do primeiro contrato de garçons e copeiros)

E agora mais R$ 3 milhões para serem divididos com os deputados e seus fornecedores. E olha que o MPE já investiga destinações semelhantes nas emendas parlamentares. Não estão nem aí, pelo jeito, para as operações da Polícia Civil e Federal. Não caiu-lhes, ainda, a ficha.

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