A nomeação do ex-deputado Paulo Mourão para o Mineratins (se confirmada no Diário Oficial desta noite) é essencialmente uma escolha política com implicações eleitorais.
Paulo – divulgava-se ontem – havia se colocado pré-candidato ao Senado pelo PT.
Um complicador para Laurez Moreira que já tem seus preferidos: Irajá Abreu (PSD) e Vicentinho Jr. (PP). E não quer perder Lula.
O Mineratins, convenhamos, não é cargo público para um candidato ao Senado.
Não tem qualquer ligação direta com o eleitor ou cidadão comum. Não entrega obras.
No governo, faz parte da administração como uma autarquia de segundo escalão. Um orçamento anual mixuruca de R$ 7 milhões (2025).
Mas atenção: só na mineração de ouro, o setor foi responsável por 5,9% das exportações do Estado, de janeiro a novembro de 2025: US$ 170,9 milhões (R$ 906,8 milhões na cotação do final da tarde desta quinta).
Já é a terceira maior exportação do Estado. Só perde para a soja e a carne. Superou os 5,1% das exportações de milho (US$ 153 milhões/R$811,8 milhões) de janeiro a novembro.
Paulo Mourão saiu das urnas em 2022 com mais votos para governador (10,64%) que Irajá Abreu (7,61%).
Num raciocínio lógico, Mourão não deixaria as ruas por 90 dias (em abril teria que desincompatibilizar-se) por um cargo técnico e burocrático distantes dos eleitores.
Sepultou interesse em disputar cargos eletivos no próximo ano.
Vai somar o palanque de Laurez e será mais um elemento na engenharia de aproximar o governador do palanque de Lula.
Como o PT estadual se manifestava até dias atrás refratário a apoiar Laurez, a reação à escolha de Mourão implica dizer que o problema não era o governo de centro-direita.
E sim a falta de cargos no governo de centro-direita.















