Às vésperas do julgamento de Jair Bolsonaro, os parlamentares bolsonaristas radicais intensificam suas ignorâncias sobre doutrinas políticas.
Não viram, não leram e nem querem saber. Mas avançam sobre comunismo, socialismo, marxismo, capitalismo sem abrir mão da grana.
Um pais comunista (foi administrado desde a redemocratização pelo PMDB, PSDB, PT e depois PL) com PIB (2025) de US$ 2,179 trilhões (R$ 11,8 trilhões) e 33 milhões de pessoas no mapa da fome (2022) no governo de direita.
Se isto é comunismo, não se sabe o que seria sistema capitalista.
Em 2021, a taxa de pobreza no país atingiu seu ápice, com 36,7% da população brasileira nesta situação. Em 2023, o índice já havia caído para 27,4%. E a estimativa para 2024 é de 25%.
A extrema pobreza também atingiu seu maior patamar em 2021, com 9% da população. Dois anos depois, ela estava em 4,4% e a projeção para 2024 é de 4%
Os çábios néscios (especialmente religiosos) atribuem, com a guerra santa contra moinhos de vento, resistir ao comunismo de um governo comandado pelo centrão bolsonarista que integram.
Como não haveria lógica alguma na premissa argumentativa, sobrariam, a justificar fundamentos, os interesses das igrejas.
Uma delas com dívidas de R$ 20 milhões (revelado na semana passada) com a Receita Federal. Apesar das isenções fiscais que já recebem.
Uma turma que nadou de braçadas no governo anterior a ponto de reivindicar isenções não só para suas igrejas, mas para o CPF dos pastores também.
No fundo, buscam em Bolsonaro um Estado cristão-evangélico. Uma negação cristã do Estado – como lhes atribuía, sim, o marxismo – mas que não representaria a realização estatal do cristianismo.
Ainda que o confessasse, não teria, nas democracias, a prerrogativa (ou competência) para confessá-lo na forma de Estado.
Este ponto é-lhes apresentado e saem por aí a professar sem conhecer-lhes os princípios: uma República Evangélica que nem Lutero teria cogitado.
Pelo contrário: levantou-se contra a igreja-Estado.
No que respeita ao bem-estar dos fiéis, o governo (comuno-direita) mandou para o Tocantins em dois anos e meio mais recursos do que os extremistas em quatro anos.
Lula mandou em dois anos e meio R$ 27 bilhões de transferências ao governo estadual e aos municípios. Uma média mensal de R$ 843 milhões.
Bolsonaro transferiu em quatro anos o equivalente a R$ 29,4 bilhões a Estado e municípios. Média mensal de R$ 618 milhões.
O desempenho se repetiu nas emendas parlamentares (individuais e de bancada). De 2019 a 2022 foram R$ 1,191 bilhões. Já de 2023 a agosto de 2025, foram R$ 1,449 bilhões.
Dados públicos da Secretaria do Tesouro Nacional.