A vereadora Janad Valcari demonstrando que não está para brincadeira. Em quatro dias úteis na presidência da Câmara pegou carona no mote da imprensa de “2ª “ mulher a ocupar a presidência do Legislativo metropolitano como uma vitória do gênero e homenageou oficialmente a “1ª a presidi-la, Maria da Balsa (1.999) de quem, deduz-se, teria buscado argamassa para a “luta” no dia 1º de janeiro de 2021.
E ontem mandou bala (digo, baton) promulgando lei criando na Capital o Dia Municipal da Igreja Internacional da Graça de Deus e outra o Dia do Pastor Evangélico. Uma lei que não passou pelo crivo do Executivo e que, com pouca margem de dúvida, seria uma contrapartida especial à aliança eleitoral entre os consortes pagos com recursos de evangélicos, católicos, espíritas e até ateus.
Proponho à presidente e a seus pares, seguindo o fluxo institucionalizado, criarem o Dia Municipal do Padre, o Dia Municipal do Diácono, o Dia Municipal do Ateu, o Dia Municipal do Candoblé e assim por diante.
Nada contra religiões, mas a favor dos cofres públicos e da Constituição que determina estado laico. Os vereadores estariam dispendendo recursos públicos (horas pagas pelo cidadão) para fazer justamente o contrário: discricionariedades religiosas.
Aliás, o fisiologismo religioso dos vereadores é a demonstração inequívoca de seus fracassos. E, ao mesmo tempo, ainda que não tenham consciência, o impulso à manutenção de necessidade de sua existência.
A religião se manifesta dentro de um estado de coisas em que ela é necessária. De outro modo: as pessoas buscam a religião quando não vêem saídas no mundo real. Os políticos, então, não conseguindo (ou não querendo) alterar as realidades incentivam as religiões a continuarem oferecendo o ópio. Nem que para tanto contrariem as regras.
Ganham de dois modos: não trabalham pelo que são pagos (empurrando os problemas das pessoas para frente) e ainda conseguem manter o religioso (especialmente seus líderes abastados pelo dízimo) eleitor cativo para que continue ganhando sem entregarem o que prometeram.
Uma aliança, um pacto, onde salvam-se todos. Menos as ovelhas e a Constituição.
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