A anomalia que tem caracterizado as movimentações da presidente da Câmara de Palmas, Janad Valcari, empurrou o Legislativo a escolhas de soma negativa.

Por qualquer uma das alternativas que façam opção, os parlamentares receberão a carga de ônus das investidas da chefe do poder Legislativo metropolitano contra a chefe do Executivo.

Com efeito, a inoportunidade e inadequação das denúncias feitas por Valcari contaminam o seu próprio objeto, reduzindo, na justaposição da tragédia sanitária em curso, a pertinência de investigação que, tudo indica, fosse necessária. E mesmo que a priori não o fosse, na administração pública obriga-se o servidor à transparência.

A forma e modo explicitamente oportunistas da Presidente da Câmara, entretanto, subordinam, agora, os demais parlamentares a decidirem-se amanhã (primeira sessão da semana) por algo incomum quando a prefeita é consumida ao extremo na administração de uma incidência do Covid-19 de 12 mil contaminados/100 mil habitantes. O dobro do índice nacional que ontem alcançava os 6.415 contaminados por 100 mil. É situação que não pode ser postergada, porque pior ficará.

Ou aceitam o armistício proposto pelo governador Mauro Carlesse para suas relações com a prefeita ou seguem a retórica de Janad obcecada pelo impeachament de Cínthia Ribeiro, inobservando as condições para o empenho. Saltam aos olhos reflexos e refletidos, egos e alter-egos. E que para os parlamentares representa mera guerra de movimentos em busca de espaço político (empregos) na administração metropolitana.

Isto dá à guerra de Janad a natureza de um enfrentamento personalíssimo mais negocial que político e, dependendo de sua posição, mais próxima de uma derrota e, pior, descrédito que é o começo do fim de uma carreira política.

É cristalina a busca em Cínthia de uma antipodia que não existiria do ponto de vista ideológico nas duas, sobrepondo-se assim aos princípios outro objeto: apropriação da projeção da figura exposta no que dela se expõe. Saberá adiante, por certo, onde política e empresários convergem ou são divergentes, tornando sua estratégia um tanto amadora, tanto na forma e no conteúdo.

Como se mostra, impõe-se tomada mais como expediente político-partidário derivado de oportunismos execráveis em qualquer circunstância. Numa Câmara onde um terço dos seus membros são declaradamente evangélicos reacionários e outro terço tem menos de trinta anos. Todos, como se nota, gerados na democracia mas brigando pelo que a antecedeu tomando burrice política com cloroquina.

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