A deputada Janad Valcari (PL) pode, a três semanas das eleições (quando já teve 70% do que pode gastar), enfrentar dificuldades imensuráveis para transpor os obstáculos da AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) proposta na segunda (e vinda a público ontem) pela coligação de Eduardo Siqueira (Podemos/Agir/PRTB).
Ela vem somar-se ao inquérito já em curso no Ministério Público estadual (Inquérito civil público 3708/24) investigando a relação Janad/emendas parlamentares/shows Barões da Pisadinha.
E a ligação das emendas da deputada com as empresas Terrax Locações e L2 Prestacional.
O inquérito foi anexado à AIJE, escalando de suposta improbidade administrativa para abuso de poder econômico e político.
Por enquanto, são apenas denúncias a serem investigadas tanto pela PF e MPE quanto pela Justiça Eleitoral.
Num desses shows do Barões da Pisadinha em Santa Rosa, o evento era um Festival de Música Folclórica!!!!
A coligação pede ainda a juntada do inquérito da PF em investigação onde um denunciante apontaria a cooptação de candidatos a vereadores (R$ 500 mil para quem já tem mandado e R$ 40 mil para quem ainda não tem). Haveria, também, gravações de áudio registradas em cartório, apontando para compra de apoios.
E também a coligação pede que a ação onde Janad seria ré em Paranã, ação do MPE que apura suposto desvio de R$ 1,2 milhão, seja acoplada à AIJE.
A denúncia cita ainda a distribuição de 800 eletrodomésticos em 2023 e a postagem de calendários promocionais bancados pela Assembléia.
Só a distribuição dos brindes a coligação estima um custo entre R$1,5 milhão e R$ 2 milhões, quando Janad havia declarado em 2022 ter patrimônio de apenas R$ 3,2 milhões. Seria uma Robin Wood de saias.
A ação pede a quebra de sigilo bancário e fiscal de Janad, do ex-marido, do filho, assessores e de uma relação de empresas a eles ligadas. Inclusive do Barões da Pisadinha.
No mérito, a ação pede que se julgue procedente a AIJE e casse o registro ou diploma de Janad, dependendo do momento do julgamento, dos candidatos investigados e a decretação de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos próximos oito anos.
Há um ano e meio trato do assunto neste blog, como o leitor tem conhecimento. Apontei as imprudências da vereadora e depois deputada. Este sempre foi o foco do blog que não é promotor, delegado, juiz ou advogado de defesa ou acusação.
Meu ponto é a razão/lógica e os princípios dos agentes públicos que não podem transgredir a moral e a ética, não só no serviço público. Até porque este blog não é fincado em atuações policiais. E sim políticas.
E sua atuação política me é relevante apenas pela repetição do modo daqueles que apostam na criação de crises para escalar seus projetos pessoais. É uma estratégia política legítima? É claro que é.
Da mesma forma que pode avançar e refletir melhor sobre modos, formas e objetos. É nova ainda, tanto na idade como na política para ser lembrada mais pelas virtudes do que por vícios.
Mas, para o meu referencial representa uma estratégia antiga de bater para cima, sem quê nem por quê. Ou seja, não me interessava.
E que Janad, se raciocinasse melhor, poderia enxergar diferente: ela era o novo não para se opor ao velho ou repelí-lo na retórica,mas para não repeti-lo na prática.
Mas uma nova proposta que negaria, por lógica, suas condutas agora reveladas, ainda que apenas investigadas.
Comprovadas as denúncias, não há muita escolha ou outra escolha à Justiça Eleitoral.