Inquéritos contra Mauro Carlesse já são competência do STJ desde março. Mas seus adversários na polícia não perdem o vício nem o viço. Nem se envergonham de gastar seis anos de recursos públicos para concluir um inquérito acochambrado

Sigo na pretensão de, pelo menos, instigar Diógenes e sua lanterna.

O governo (Secretaria de Segurança Pública) conseguiu emplacar (e pautar) ontem o noticiário. Da forma como queria.

Dependurou na sua página a conclusão da Operação Via Avaritia, destacando a identificação de 26 supostos criminosos que teriam desviado recursos públicos. Há seis anos.

Nomes, os doutores só citaram na publicação o do ex-governador Mauro Carlesse. E que teve suas contas aprovadas pelo TCE e Legislativo.

A prevalecer, não só Carlesse estaria urinando fora do "comadre".Mas é o único identificado mirando o penico.

Uma delas, chegou a informar que provas decorreriam de investigações de outra operação (Éris). Pegaram emprestado.

Isto tudo, uma semana após o ex-governador publicar nas suas redes que estaria visitando os municípios. Não tem condenação. As ações contra ele estão ainda na fase de inquérito.

Inquérito é ato administrativo e inquisitivo. Não tem o contraditório. Sua amplificação, no entanto, promove “visualizações” e sentenças condenatórias.

E aí os delegados decidiram fazer uma “pinguela” com a Operação Renorcrim (Ministério da Justiça) para castigar Mauro Carlesse depois de terem sido barrados pelo STJ na prisão preventiva ilegal.

E por último: desde março deste ano que o STF manteve a prerrogativa de foro para julgamento de crimes praticados no cargo ou em função dele.

Mas era uma oportunidade que não perderiam.

Independente de juízo de valor do mérito, Mauro Carlesse tem o direito de indignar-se. E de defender-se.

É tudo de que ele mais necessita de vez para justificar uma candidatura. Coisa que os delegados só podem dele retirar politicamente.

A Justiça, só o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal.

Eles sabem disso, daí a opção pelo sangramento sabendo ser ilegal e ilegítimo.

Praticado contra ex-governador, governador ou qualquer cidadão.