Pois bem: o senador Ciro Nogueira já é o fiador do governo Jair Bolsonaro. Muitos devem estar pensando: o Estado agora vai. Afinal, tudo que o Tocantins produziu até hoje foi conservadorismo e a população não saiu do lugar. Melhor dizendo: caiu mais na pobreza, escafedeu-se no tal “sonho”.
Ciro seria o Bolsonaro do bem, aquele a provar que os políticos conservadores que exploraram a colônia setentrionista goiana como feudo teriam fracassado no seu udenismo barato por falta de liderança.
No Estado até o PSD se udenizou. O MDB foi ao governo nas vezes em que tomou o Palácio Araguaia com a alavanca da UDN. Seja em 91 ou 2002. Nas outras, fundiu-se à própria UDN, ainda que se esmerasse em demonstrar sua alma pessedista.
Nada mais demonstrativo que o apoio de Moisés Avelino a Siqueira em 2010 quando o partido tinha um governador candidato à reeleição. Uma singular retribuição à ajuda indireta que lhe deu Siqueira em 90.
E o que dizer do chapão de apoio a Siqueira proposto pelo MDB nas eleições de 94 quando o partido tinha o vice de Avelino, ex-prefeito de Gurupi, João Cruz, um candidato competitivo e maior liderança popular estadual da sigla.
Ciro Nogueira em nada difere, por exemplo, do ponto de vista político, de Brito Miranda, que trocou o MDB pelo PFL para tomar por dentro o governo udenista de Siqueira.
O mesmo Ciro que o PT viu como progressista no seu conservadorismo sanguessuga, nomeando-o ministro. Ou fazendo da senadora Kátia Abreu uma aliada de primeira hora.
Ainda que diferentes na prática, Kátia e Ciro hoje comandam o PP, no país e no Estado e convergem, por óbvio, na ideologia. Caso contrário, não seriam partidários de um mesmo partido, obrigados ao mesmo Estatuto.
Leia mais:https://www.jornaldotocantins.com.br/editorias/opiniao/tend%C3%AAncias-e-ideias-1.1694943/fiados-e-fiadores-1.2291718