Passados dez dias do novo governo e da abertura do exercício orçamentário e financeiro (com o orçamento do ano passado), o Palácio protela a nomeação de titulares de cargos na administração. Pode ser estratégia política (a eleição da mesa diretora está a três semanas e você sabe a importância do Legislativo para o Executivo, as ações/omissões da deputada Luana Ribeiro com o orçamento são públicas) mas em alguns casos alcançando a irresponsabilidade, um grau acima da falta de planeamento indiscutível que se percebe, ainda que Mauro Carlesse comande o Estado beirando os 300 dias.

É o que se dá no Igeprev: o fundo dos aposentados e pensionistas está, desde o dia 1º de janeiro de 2019, sem presidente, diretor previdenciário, chefe de setor de pagamento e sem assessoria jurídica. Como expira nesta quinta, 10, o prazo para o lançamento da folha de pagamento, estão comprometidos a implantação de aposentadorias e outros benefícios. Além, evidentemente, de situações que envolvam o cumprimento de ordens judiciais e contratações.

Apesar disso, os secretários omitiam-se ontem a dar explicações aos servidores. Deu chá de cadeira ao presidente do Sindare, Jorge Couto (que é conselheiro do Igeprev) e não o recebeu para dar justificativas ou solução para o problema. O sindicalista não teria sido recebido na Casa Civil. Foi informado na Casa Civil por uma secretária que o secretário Rolf Vidal não o atenderia mesmo estando presente e informado do assunto. O mesmo acontecendo com o sub-secretário Bruno Cesarino.

Na Secretaria da Fazenda, a informação ao sindicalista era a de que o Secretário estaria de recesso. Jorge Couto protocolou, assim, ofício. "Agora na hipótese de a situação de menoscabo com o órgão e com os usuários do Igeprev persistir,buscaremos auxílio do Ministério Público Estadual e até do Judiciário. Antes porem temos a expectativa do governador Mauro Carlesse, ao ler o ofício que lhe dirigimos nesta tarde atenda aos nossos apelos", disse o sindicalista a este blog na noite de ontem.

No Estado, o número de servidores que consegue o benefício aposentadoria/pensão é de cerca de 120 por mês (balanço de 2017). De 2005 a 2017, a despesa previdenciária do governo com o Igeprev cresceu 289% contra uma inflação de 71% no período. Ou: 218% reais. De janeiro de 2015 a fevereiro de 2018, aposentadorias e pensões no Estado passaram de R$ 26 milhões ao mês para R$ 86 milhões mensais. Deve estar mais elevado este número, o balanço ainda não foi publicado. O Igeprev (além das contribuições não repassadas) tem um déficit de R$ 4 milhões ao mês (R$ 48 milhões ao ano). Como se nota, governo e servidores deveriam estar preocupando-se com esse ajuste aí. Mas o Igeprev sequer, pelo visto, passa pela agenda política do Palácio.

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Ponto Cartesiano

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