O governador Wanderlei Barbosa tem um abacaxi para descascar e pouco prazo para fazê-lo.
Os números da execução orçamentária até hoje (quase metade de dezembro) apontam para dificuldades no fechamento das contas.
Apesar do crescimento das receitas, as despesas (especialmente com salários) superaram, em muito, o financeiro.
E ainda resta pagar os salários de dezembro (normal e 13º).
O Executivo, é possível inferir, pode estar juntando moedas para pagar o funcionalismo antes do Natal.
Do contrário, o desgaste político é imponderável e grosso modo inevitável. Em ano pre-eleitoral não é, certamente, a melhor das situações.
O Executivo gastou de janeiro a dezembro de 2024 a soma de R$ 8,651 bilhões com salários. De janeiro a novembro de 2025 consumiu R$ 8,727 bilhões.
Se considerarmos que gaste este mês o mesmo valor de dezembro do ano passado (R$ 1.096 bilhões) fechará o ano comprometendo R$ 9,823 bilhões com funcionalismo.
Um crescimento de R$ 1,172 bilhões (13,5%) quando a inflação projetada para 2025 é de 4,40% (previsão dessa semana). Nos últimos doze meses é de 4,46%.
O blog tenta obter do governo nesta quinta informação sobre sua programação financeira.
Mas, comparando nesta quinta receita e despesa (e observando a média dos meses anteriores), cancelamento de empenhos não é uma possibilidade descartável.
A elevar restos a pagar acima dos R$1,089 bilhão (restos a pagar liquidados/não pagos e empenhados/não liquidados) do exercício de 2024.
Nada que este blog já não alertara. Em 10 de outubro deste ano apontei isto aqui:
“O Estado fechou o segundo quadrimestre de 2025 com obrigações financeiras superiores às disponibilidades de caixa. Apesar do desempenho da arrecadação de impostos (RGF). Caiu para Capag C (prévia Fazenda/STN),
Se dependesse apenas dele próprio, o governo seria insolvente. Nos últimos 12 meses (set/24 a ago/25) - RGF - registrou uma arrecadação de impostos de R$ 8,591 bilhões e gastou com salários (todos os poderes) a soma de R$ 10,959 bilhões (RGF de todos os poderes).
Ou seja: para pagar servidores buscou R$ 2,368 bilhões nas transferências federais. Dinheiro que por certo fez falta em outro lugar.
Se em 2023 o gasto per capita com servidor (despesas de pessoal/população) era de R$ 6,3 mil (Boletim de Finanças de Entes Subnacionais/24), fechou agosto com um gasto per capita de R$ 7,2 mil.
O Estado tem 49% de suas receitas primárias oriundas de transferências federais."
Nada mudou. Melhor: parece ter piorado.















