A possibilidade do PT unir-se ao PP (presidido regionalmente pela senadora Kátia Abreu) no Estado (Paulo Mourão/Kátia Abreu) bota pressão em duas questões relevantes. Uma de dimensão nacional e outra regional.

O PT defende, como é público, a implantação este ano da federação de partidos (aprovada pelo Congresso). Uma espécie de coligação mas que, atenção, uma vez oficializada, os partidos teriam que ficar juntos por quatro anos. E não apenas nas eleições. Na metade desse quadriênio, tem as eleições municipais.

O PP (presidido nacionalmente pelo ministro Ciro Nogueira) deve seguir este ano com o PL de Jair Bolsonaro. No Estado o PL é comandado pelo ex-senador Vicentinho Alves, primo em primeiro grau de Paulo Mourão, mas muito ligado ao presidente da República desde o mandato de deputado federal.

Reconciliaram-se, Vicentinho e Paulo (depois de décadas de inimizade figadal quando nem se falavam) nas eleições municipais de 2020. PL e PT, entretanto, mantém-se diametralmente opostos, do ponto de vista ideológico. Igual antipodia perceptível na relação PP/PT.

Apesar dessa confusão ideológica, essa sopa de letras queimando impulsiona, entretanto, movimentos regionais porque, mesmo com o choque cultural, orgânico e programático, empresta (ainda que apenas no terreno das especulações não confirmadas) valor à chapa petista no Estado, forçando os demais candidatos a desenvolverem força contrária de igual intensidade para pelo menos não perder território.

Mesmo que a especulação se enquadre como mera abstração político-partidária, o estrago (ou o benefício) já foi identificado lá na ponta. Uma vez amplificada, não tem volta no consciente popular. É,basicamente, o mesmo príncípio dos fake-news de Jair Bolsonaro e sua turma.

É o caso do grupo que se desenvolve em torno do senador Eduardo Gomes. Neste grupo, por enquanto, o nome que se trabalha é o do ex-prefeito Ronaldo Dimas para cabeça de chapa.

Dimas tem até março (quando de fato começa a disputa) para viabilizar-se caso contrário, por mera gravidade, a “missão” de disputar o governo nesse campo será de Eduardo Gomes, que ocupa-se no momento em atuar, no Congresso e no governo federal, por projetos estruturais no Estado, ficando em dia com o próprio mandato. Mas aumentando musculatura política.

Ou seja: com um olho no padre e outro na missa. Não se expõe a passivos de uma disputa antecipada e aproveita-se dos ativos do mandato que exerce enquanto a banda do calendário eleitoral vai passando.

E ela, com a possibilidade de aliança Mourão/Kátia, imprime novo ritmo, forçando a definição por uma candidatura com maior capilaridade eleitoral a apostar em probabilidades futuras.

Se já se tinha um candidato do governo (com toda a máquina), uma chapa com Mourão/Kátia, não só pelo possível ( ainda que não assegurado) efeito Lula, mas pela representação dos dois, já seria osso duro de roer.com possibilidade eleitoral concreta.

No que forçaria, certamente, o pedido para que Eduardo Gomes seja convidado a assumir a missão de disputar o governo.  E ele o aceite como dever com a população do Estado.

Um enredo não desprezível como não desconhecido.

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