A previsão do governo federal de abrir no segundo semestre deste ano licitação para a Ferrovia Ferrogrão (Sinop/MT ao Porto de Mirituba/PA) implicará, por certo, em projetos do governo do Tocantins.

É óbvio que a Ferrovia é uma obra fundamental para o país porque leva à redução dos custos das exportações, aumenta o ganho dos grandes produtores rurais, produz o superávit da balança comercial com as commodities. 

Ainda que os produtores tenham benefícios fiscais e a comida no país seja a cada dia mais cara. De outro modo: quanto mais se investe para reduzir o custo da produção, mais se possibilita o aumento do preço dos produtos no mercado interno.

O leilão da ferrovia foi anunciado esta semana e de imediato recebeu críticas por, conforme ambientalistas, interferir nas terras indígenas. A mesma dificuldade enfrentada hoje pela rodovia Transbananal, incluída (no trecho estadual) no PPI do governo do Estado.

A Ferrogrão pode ter o aval do STF porque, como ressaltou o Ministro da Infraestrutura esta semana, é sustentável e deverá retirar 1 milhão de toneladas de carbono da atmosfera.  Diferente da Transbananal que será utilizada por caminhões que, ao contrário, jogam carbono na atmosfera. A Ferrogrão irá retirar 2 mil caminhões que trafegam na BR-163 diariamente. 

O Estado do Tocantins será implicado com a Transbananal, observada outra derivação da Ferrogrão: uma das justificativas para sua implantação (da Transbananal) é o transporte da produção do Mato Grosso (hoje levada para os portos do Sul) até a Ferrovia Norte-Sul, com o mesmo destino: portos do Pará e Maranhão. Enfrenta o Ministério Público Federal na questão ambiental. Com a Ferrogrão, essa justificativa cai por terra e o asfaltamento de trecho indígena na Ilha do Bananal diminui de importância econômica.

Isto, por lógica, por outro lado, eleva a pressão na VLI (da Vale) hoje detentora da concessão da Norte-Sul (em trecho do Estado) que, assim como os portos paulistas (que já se levantam contra a Ferrogrão) sofrerá efeitos da divisão do mercado ferroviário no Centro/Norte do país, provocando reação nos preços do transporte.

No Estado, como é óbvio, a concessionária pode ter que elevar os custos do transporte para fazer face aos investimentos realizados e a redução do faturamento que reduz liquidez da empresa para bancá-los.

Como é usual, os congressistas do Tocantins assistem a tudo sem expressar qualquer posicionamento acerca da questão. Como não lhes dissesse respeito.

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