Sem qualquer reação dos deputados (e da população), segue a ficção do REED+.
O contrato prevê sequestro de carbono no Estado. E que será comprado pelas empresas poluidoras.
Mas atenção: o convênio sugere que a área biomas (parte ocupada pela produção, por exemplo) teria que ser conservada da forma como está.
O Tocantins decidiu preservar 50% do seu território. E dar um bônus por não desmatar mesmo em áreas onde o desmatamento é legal.
Geram também bônus nos outros 50% destinado à produção. Nestes 50%, como é lógico, a preservação é do proprietário. E não do Estado.
Ademais, o Estado só tem crédito se não aumentar suas próprias emissões. Só para se ter uma idéia, o Estado tem 27 milhões de hectares.
Destes, apenas 2 milhões de hectares estão ocupados com lavouras. Na nova ordem, ainda que dentro da lei, o processo de produção, por óbvio, seria estancado. Sem aumentar a área plantada (sem desmatamento),ainda que legais.
E para quê? Para que os empresários poluidores da Europa, EUA e China possam aumentar sua produção sem preocupação com suas emissões de CO2. Polui lá e paga aqui à custa da redução de CO2, mas também da produção regional.
Sob o ponto de vista econômico, o Estado deixa de crescer (a produção agropecuária responde por 30% do PIB) para que os países poluidores produzam mais e elevem seu produto interno bruto. Com implicações no mercado interno.
No popular, os grandes emissores de CO2 no planeta apresentaram ao Estado um jogo ganha-ganha. E que para o Tocantins é perde-perde.
Um jogo de R$ 2,5 bilhões até 2030 e mais R$ 2 bilhões em dez anos.
Tudo isto aí dentro do modelo de regulação espontânea escolhido pelo Estado que é orientado pelo mercado. Ou seja: privado.