Não acrescenta em nada a crise artificial (que leva a um falso dilema) que parece ser alimentada entre Secretaria de Saúde de Palmas e a Prefeitura da Capital tendo como gênese a distribuição de vacinas contra Covid-19.

Nada mais eloquente como disto representação que a troca de mensagens nas redes sociais no final de semana entre Cínthia Ribeiro e a Secretaria estadual. Dois grupos políticos aparentemente aliados e supostamente lutando contra o mesmo adversário.

A simples exposição pela prefeita de que o Estado receberia 62 mil doses e que a Prefeitura ainda não saberia se seria contemplada com imunizantes soou evidente como uma provocação (na medida da insegurança sugerida e de outros atritos sobre o mesmo assunto) no que foi prontamente respondida, nas mesmas redes, pela Secretaria de Saúde, fazendo alusão ao PNI.

Há, entretanto, inúmeras controvérsias sobre tais critérios. E isto talvez explique porque a Capital só tenha vacinado com duas doses 9,3% (ainda que tenha aplicado 90% das doses recebidas) da população e o Estado 13% (com aplicação de 87% das doses distribuídas).

A divergência de entendimento avança sobre os números. Contra estes aí dispostos nesta segunda no IntegraSaúde, a Prefeitura trabalha com outros: a cidade já teria vacinado 60,6% da população com a primeira dose e  46% com a segunda dose. Contra os 36% do Estado vacinados com primeira dose e outros 11,38% com a segunda dose do imunizante.

A conta não fecha de dois modos aritméticos ou estatísticos. Se considerarmos o número de contaminados e mortos, a Capital teria direito proporcionalmente a mais imunizantes.

Do mesmo modo que se tivesse como parâmetro o número de pessoas residentes (população). A Capital tem o dobro de habitantes da segunda maior cidade, Araguaína.

E aí outro elemento da equação: o critério de população é baseado no censo de 2010 quando Palmas tinha 228 mil habitantes. Ou seja, uma população 34% inferior aos atuais 306 mil moradores.

De outro modo: contra a inexorabilidade da vacina contra o Covid-19, as circunstâncias aconselhariam à prefeitura e à Secretaria de Saúde, mais convergência do que divergência. Órgãos públicos que parecem mais distantes do que os 500 metros que os separam.

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