A pressa do governo interino por medidas opostas ao governo afastado tem muito a dizer de prazos e perspectiva de poder. Ambos sujeitos a exaurir-se no que subordinam-se a decisões judiciais e legislativas.

A necessidade de mostrar-se diferente mesmo nas decisões acertadas do governo afastado, leva o governo interino a paroxismos de apostar no equivoco contra o acerto, dizendo-se fazer melhor, como o comprova a decisão por incremento das despesas com salários.

Situação passível de ser exposta seja na possibilidade de retorno do governo afastado ou na produção de consequências resultantes de decisões aparentemente mais político-eleitorais do que técnicas.

Decorridos dois meses da interinidade sobressai, por certo, a inclinação tendente a abrir os cofres a despesas do que fechá-lo a gastos sem retorno que possa garantir o financiamento da dívida pública. Seja financeira ou social. Muito explícito no orçamento de investimentos.

Com efeito, pressionado por prazos judiciais e legislativos  (não há certezas indissolúveis de  um ou outro), o governo interino não deixa a superfície de decisões fáceis de serem tomadas como é o caso de pagar dívidas à sua escolha, fazer proselitismo com vereadores e prefeitos e comprometer-se com reajustes a servidores só possíveis justamente pela tomada de decisões difíceis do governo anterior no ajuste fiscal promovido.

Compreende-se que não houve tempo para projetos mais substanciais mas a opção empreendida sem devida avaliação que não de dividendos políticos, pode comprometer o governo (interino ou não) em curtíssimo prazo. Não é nada, por sinal, ilegítimo ou ilegal posto permitido tomadas as competências constitucionais do vice no cargo de governador, eleito também como o foi o titular pela população na mesma chapa majoritária vencedora.

Fato é que, mantido esse vetor, o Estado, entretanto, tem todas as condições para retornar à situação fiscal anterior, elaborada, em larga medida, por grupos políticos que já adornam o governo interino e nele demonstram sua capacidade de influência que não tiveram no governo afastado.

Uma relevância determinada pelos prazos judiciais e legislativos que pressionam o governador interino a compor com Deus e o diabo na terra do sol e ao mesmo tempo mostrar-se mais ágil e viável, do ponto de vista eleitoral, sob os olhos da população. Nem que para tanto intente ver a população acerto onde o equívoco é indiscutível.

Um Estado que prevê retirar do contribuinte no próximo ano o montante de R$ 3.299.757.935,00 de impostos estaduais. Uma carga tributária anual de R$ 2 mil por cada um dos 1,6 milhão de moradores do Estado.

E um orçamento per capita de R$ 7 mil. Ainda assim com meio milhão de pessoas dependentes de ajuda oficial de R$ 400,00 mensais. Ou: R$ 100,00 para cada um se virar em 30 dias. 

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