Enquanto o governo informava empresários (sem o prefeito da cidade) sobre a situação da ponte de Porto Nacional, dizendo que os recursos estariam garantidos e a liberaria, para veículos leves, no próximo dia 4 de junho, a portuense Maria Luzimar Lima da Silva encontrava-se desde as 17 horas e até a meia noite de ontem, em estado grave esperando ser transportada para Palmas por UTI terrestre que o governo não tinha até as 24 horas.

Parentes já usavam as redes sociais para fazer uma caixinha para pagar UTI particular para evitar a morte da paciente. A empresa que faz o serviço de UTI terrestre deixou de atender o governo há duas semanas por falta de pagamento.

E aí é inevitável a lembrança: dias atrás um aliado de primeira hora do governo dizia a este blog até ele perplexo com uma resposta do governador acerca dos problemas do sistema público de saúde que mata 2 mil pessoas por ano (conforme o DataSus) nos hospitais públicos do Estado.

Em 2018, foram 2481 mortes, outras 2.698 (2017) e 2.668 óbitos em 2016. Dados públicos do Ministério da Saúde. Só neste ano, de janeiro a março, foram 759 óbitos nos hospitais públicos. Teria comentado Mauro Carlesse que se não havia condições de mudar, não iria se preocupar com isso.

Tudo pode ter sido um erro interpretativo de comunicação verbal ou apenas leviandade de um aliado político contrariado com alguma coisa. Mas os fatos correspondem à suposta intervenção governamental.

O orçamento da saude para 2019 é de R$ 1,5 bilhão. O Estado já recebeu do Ministério da Saúde até ontem, 9 de maio, o valor de R$ 260 milhões só para assistência básica, baixa e alta complexidade,assistência farmacêutica, gestão do SUS e vigilância em saúde. O maior repasse dos Estados da região Norte.

E deixar paciente à sua própria sorte e sujeito a óbito por não pagar R$ 1 milhão de dívida de quatro meses de serviços de UTI terrestre não tem sentido. Dá, sim, sentido, à perplexidade do aliado. Pode ser que na madrugada o governo tivesse conseguido locar uma ambulância. Saberei mais tarde. Tudo indica, entretanto, que seguirá o método de duas semanas atrás e que teria provocado o óbito em um paciente na cidade de Arraias. Torce-se pelo contrário.

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