Não resistiu ao Covid-19 o tenente-coronel portuense Cleomenes Benvindo de Oliveira e foi a óbito na manhã deste domingo numa UTI do Hospital Osvaldo Cruz, em Palmas. Cleó, como é conhecido, enfrentou o vírus por duas semanas. Mesmo tempo em que seus familiares lutavam contra a burocracia e exigências do hospital privado, ainda que o militar aposentado fosse associado ao Servir (plano de saúde dos servidores públicos do Estado).
Na falta de UTIs na rede pública (em Porto Nacional e em Palmas) o Hospital Osvaldo Cruz exigiu a quantia de R$ 100 mil e mais um cheque caução de R$ 200 mil. Basicamente 62% do valor total de diárias de UTIs pago pelo SUS aos hospitais (Osvaldo Cruz inclusive) da ordem de R$ 480 mil (diária de R$ 1,6 mil). Nestes termos, é possível inferir que o hospital estimasse que Cleó consumisse 187 diárias. Ou: ficaria três meses internado para você entender o negócio.
Depois de dias de súplica, a família de Cléo finalmente conseguiu anteontem (com a intermediação do governo e da dirtoria do Servir) com que o hospital aceitasse atender pelo plano de saúde, quando exigia R$ 60 mil aos filhos da vítima para adquirir medicamentos. Sabe-se lá se não ficou sem os remédios necessários antes que a família conseguisse realizar uma coleta com os amigos.
Já era tarde. E Cleo (com quem estudei da 5ª a 8ª série e parceiro de rua do Pau D’oleo e Frederico Lemos) se tornou mais um número nesta estatística macabra que só na sua família também já levou uma irmã e um cunhado.
Em Porto Nacional onde a família é tradicional e bastante conhecida aumenta o conceito de que os sete deputados estaduais portuenses tem que ser substituídos no próximo ano.
