O governador afastado Wanderlei Barbosa tem feito uso de expediente nas redes sociais propenso a entregar-lhe mais soma negativa que ativos.
Como diria Spinoza: fazendo de reuniões com sinais de celebrações no seu grupo mais restrito, demonstrativo de adição e força política, como se a fortuna lhes fosse favorável sempre.
Quando as circunstâncias sugeririam o contrário: estaria prisioneiro da superstição, reduzido ao extremo de não saber o quê resolver.
E, portanto, condenado, entende-se, pelo desejo desmedido dos bens incertos da fortuna a “flutuar sem trégua” entre a esperança e o medo.
Desde sempre, como é sabido, os homens são dominados pela superstição só enquanto dura o temor.
Daí devesse passar os olhos nos próprios movimentos.
E que, fora os “peixes assados” nos recantos da natureza com os “parças” mais próximos (e as publicações nas redes sociais), Wanderlei estaria apresentado características de um líder isolado.
Ou recebido apoios aquém do esperado para batalha tão sangrenta e difícil. Não é apenas uma tomada de um Monte Castelo que poderia ser vencida com jovenzinhos expedicionários e inexperientes.
Não teve até esta segunda (decorridos cinco dias do afastamento) uma defesa pública, por menor que seja, dos deputados estaduais, federais ou senadores. E que o bajulavam no cargo em tempo real.
Nem movimento coordenado dos 121 prefeitos (87%) eleitos na base governista no ano passado.
Significa que, com o afastamento, perdeu-se o medo da superstição. E ele sempre foi o meio mais eficaz de governar a multidão.
A equação sinaliza, por enquanto, por pura relação de causa e consequência, a desidratação das condições políticas para o governador voltar ao cargo.
E que o grupo de Wanderlei prefere combater amplificando a existência de conspiração do governador em exercício e seus aliados.
Estratégia que não refuta a verdade até agora colocada e que pode ser apenas a verdade do inquérito sob o ponto de vista policial.
Mas que a escolha prioritária do argumento de conspiração, por pura inexistência de fundamento lógico e provas, apenas contribui para realçar-lhe a gravidade na fase inquisitória.
E no caso, não basta deitar joelhos aos pés de Nossa Senhora da Natividade.