O Congresso aprovou ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias do governo federal. Aproveitou a oportunidade para elevar o fundo eleitoral dos partidos para as eleições do próximo ano para R$ 5,7 bilhões. Praticamente o triplo da eleição passada.
É o mesmo Congresso (deputados federais e senadores) que promulgaram uma emenda constitucional esta semana só para convalidar atos do governo do Estado do Tocantins de 89 a 94. Contra nota técnica do Conselho Nacional de Justiça e abrindo janela para um rombo estimado de R$ 35 bilhões com indenizações e contratações no Estado.
Do Tocantins apenas o deputado petista Célio Moura disse não. Votaram a favor da sangria nos cofres públicos para bancar suas campanhas eleitorais os deputados Carlos Gaguim, Dorinha Seabra, Osires Damaso, Dulce Miranda, Vicentinho Alves, Eli Borges e Tiago Dimas.
No Senado, todos os três senadores votaram a favor de triplicar o fundo eleitoral: Eduardo Gomes, Irajá Abreu e Kátia Abreu.
Uma votação quase ecumênica em favor dos R$ 5,7 bilhões para pendurar no bolso do cidadão que já não come carne, não tem gás, combustível a R$ 6 e energia elétrica nas alturas, os gastos dos políticos na campanha eleitoral que é, a cada dia, mais um projeto pessoal e empresarial do que missão pública.
A elevação do fundo para campanha eleitoral sem a indicação da fonte de receita implica na dedução de que o governo federal (caso sancione a LDO como aprovada) terá que retirar recursos de algum lugar, na impossibilidade de aumentar impostos.
Paralelamente à vontade política dos congressistas, no Estado do Tocantins (Ministério da Cidadania desta sexta) há 298 mil e 164 famílias inscritas no Cadastro Único de ações e benefícios sociais do governo federal. O equivalente a 1 milhão e 200 mil pessoas. Ou seja, 76% da população.
É o grupo que, indiscutivelmente, será prejudicado com a retirada do orçamento de R$ 5,7 bilhões para campanhas eleitorais de 2022.