Pesquisa Procon feita na Capital na última segunda já encontra gasolina sendo vendida a R$ 8,09 o litro, após o reajuste da Petrobras cuja direção é nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro e o governo tem seis dos onze conselheiros da empresa onde é acionista majoritário.

Desta forma, em três anos e meio do governo de Jair Bolsonaro, o preço dos combustíveis foi reajustado no Estado em 78,9%, tomando-se como referencial a pesquisa de preços do Procon.  Era R$ 4,520 o litro em janeiro de 2019 e agora é estes R$ 8,09 aí.

De janeiro de 2019 a junho de 2022 (política cambial de Jair Bolsonaro) o dólar teve uma variação positiva (valorizou-se) de 41,81%. Passou de R$ 3,657 (janeiro/2019) para os atuais R$ 5,186 (cotação desta terça). Dados públicos de mercado acessíveis a qualquer um no BC ou nos portais de economia.

Haveria, portanto, considerada apenas a paridade do dólar nos preços da gasolina, uma diferença de 37 pontos percentuais pró-gasolina. Ou seja: a gasolina teria sido reajustada em índice 88,7% acima da correção do dólar.

Ah, LA, mas tem o preço do barril de petróleo. Pois bem: números da própria companhia demonstram que a Petrobras importa diariamente 342 mil barris de petróleo. Mas com um detalhe: exporta 743 mil barris diários do produto.

Vai entender. Uma continha básica mostraria que se não exportasse (vendesse para fora) os 743 mil barris diarios, talvez não necessitasse comprar lá fora outros 342  mil barris todos os dias, submetendo-se à variação em dólar do preço do barril.

Pelo contrário teriamos lucro com a venda ou sua utilização no mercado interno, reduzindo os preços ao consumidor.Só numa lógica de mercado (e sem a mediação do interesse público nas relações econômicas) - mas cujo resultado é conhecido no bolso - poder-se-ia compreender o expediente.

Mas tem o poder publico que é obrigado a intermediar consumo, consumidor, produto e capital. O capitalismo é livre mas não é solto. Os sem-capital necessitam de defesa e ela deve ser feita pelos governos.

A empresa é uma companhia mista (capital privado e público) – subordinada a leis específicas – mas controlada pelo governo e à sua política.

Se é possível deduzir a necessidade, ainda que de difícil execução, do governo de Jair Bolsonaro (acionista majoritário) de convencer os acionistas minoritários a maneirar nos dividendos provenientes do lucro (R$ 106 bilhões em 2021), não se pode negligenciar a opção como uma das soluções.Ou pelo uso dos dividendos do próprio governo nestes lucros que são produzidos pelo consumo.

Mas isto exigiria desgastes políticos. Igual à aprovação de uma lei (o governo tem maioria também no Congresso) criando um cobertor nos preços dos combustíveis com os dividendos da União no lucro da Petrobras para subsidiar a população nas bombas e nos supermercados..

Afinal, a União já concede (dados de 2020) o montante de R$ 343 bilhões de isenções fiscais (uma espécie de subsídio) dos quais R$ 317,2 bilhões ao setor empresarial.

Enquanto isto, o preço subsequente, da relação proveniente, da carne de segunda  por exemplo expoe as prioridades das movimentaçoes políticas parlamentares e governamentais.

Em Palmas, por exemplo, a carne de segunda foi reajustada em 106% no governo Jair Bolsonaro, de acordo com as pesquisas do Procon. O músculo, uma das anotações, era comercializado nos açougues da Capital a R$ 15,90 o kg em janeiro de 2019. Pesquisa do Procon da semana passada já o achava a R$ 32,90.

E tome-lhe emendas pix, emendas de relator e fundo de campanha. Um escorredor de  R$ 30 bilhões.

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