As eleições estaduais no Estado começam a ficar embaralhadas. A ida do senador Ciro Nogueira para a Casa Civil favorece a senadora Kátia Abreu e o senador Irajá Abreu. Ciro preside o partido comandado no Estado pela parlamentar. Tem, ambos, livre trânsito com o piauiense.

Ciro dentro do Palácio do Planalto, por gravidade, no mínimo dividirá as atenções do governo entre Eduardo Gomes (líder no Congresso) e a senadora do PP, ambos na corrida eleitoral no Estado.  Kátia tem feito críticas pontuais ao governo, mas tem passado leve contra o viés autoritário do Presidente. Nada que os afaste que não os aproxime.

Dias atrás, atribuiu-se a Gomes a declaração de que aguardaria sinais de Mauro Carlesse. Como ninguém busca descer (crescer pra baixo), não haveria dúvidas sobre o projeto carlessiano.

Daí o sinal aguardado talvez fosse sobre a escolha do governador acerca do seu candidato ao governo até então centrado na opção Wanderlei Barbosa. E na possibilidade de Gomes substituí-lo numa eventual inviabilidade eleitoral.

Ainda que Gomes não tivesse a intenção, sua declaração contribuiu para o processo de cristianização de Wanderlei. Afinal, em política não impera o vácuo. Ao deixar com Carlesse a bola, entregou-lhe também a possibilidade de torná-la dividida.

Como é público, Gomes conversa com Kátia, Irajá, Dimas e Laurez, que por seu turno tem ligação com Carlos Amastha que disputou o governo com Mauro Carlesse no segundo turno.

Disto tudo, pode aproveitar-se o PT, de Paulo Mourão. Pode ir às urnas como o único adversário de Jair Bolsonaro. Aliando-se ao MDB, ainda mais. Aliás, foi o PT o responsável pelo Centrão subir a rampa do Palácio com a liberação de financiamento do Banco do Brasil ao governador piauiense, Wellington Dias, um dos próceres do Partido dos Trabalhadores, cujo maior adversário hoje no Estado é justamente Ciro Nogueira.

De outro modo: a base bolsonarista dividida em duas correntes pode terminar em uma arapuca para Mauro Carlesse. Se tem ala bolsonarista aliada do governo, outro tanto lhe é publicamente adversária. Ou seja, será atacado de fora e de dentro.

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